Monaliz Bayound conta um pouco mais sobre a vida do participante que vem agitando a casa mais vigiada do país
A única pessoa que conseguiu fazer a cabeça do brother Mahmoud Bayound, até agora, foi seu pai, Afif Bayound. Afinal, quando o sexólogo nasceu em Manaus (AM), o libanês prometeu que a primeira pessoa a cortar o cabelo do filho seria o avô Haydar, que vivia no Líbano. Tanto que as madeixas só foram aparadas pela primeira vez quando, aos 4 anos, o BBB se mudou com a família para o país de origem.
“Antes da viagem, as crianças implicavam muito com ele, perguntavam se era menino ou menina. Uma vez ele até abaixou as calças para provar que era um garoto”, entrega a irmã, Monaliz Bayound.
Aliás, foi o irmão mais velho que escolheu o nome da moça. Apegados, os dois passaram a infância no Oriente Médio, mas não conviveram tanto quanto queriam. Enquanto Monaliz morava no interior com os pais, Mahmoud vivia na capital, Beirute, com os avós para estudar.
Desde pequeno, o brother precisou aprender a se virar para se defender. Por conta da voz fina, sofreu muito preconceito no colégio. “Foi um trauma para ele e a forma que encontrou para se afirmar foi estudar cada vez mais, para mostrar do que era capaz”, conta Monaliz, ao lembrar que o irmão é fluente em cinco línguas: inglês, francês, espanhol, árabe e, claro, o português.
Quando conseguiu se desvencilhar um pouco da implicância dos colegas da escola, em 2006, viu a rotina virar de cabeça para baixo quando o Líbano entrou em guerra com Israel. Aos 19 anos, ele precisou sair fugido de lá. “Foi muito sofrido, porque não tínhamos nem como falar com ele. Mahmoud se refugiou na Síria antes de conseguir embarcar rumo ao Brasil com outros primos”, relembra, com pesar.
Aqui, enfrentou outro desafio. O de contar à mãe, Hamady, que é gay. “As primas no Líbano, que eram da mesma faixa etária, sabiam e eu também! Foi um choque para ele revelar à nossa mãe, mas tudo se acertou. Todo mundo respeita a orientação dele”, pondera Monaliz.
Foi justamente um comentário recente de Ana Paula, que mencionou a homossexualidade do brother de forma pejorativa, que o fez mostrar a personalidade forte pela primeira vez na disputa. Ele, sem dó, retribuiu a “gentileza” e a colocou no paredão. “Até agora ele tem conseguido lidar bem com a situação. Mas não vou dizer que jamais perderá a cabeça pois o conheço, né?”, comenta Monaliz aos risos.
O temperamento forte de Mahmoud é, justamente, um de seus trunfos no jogo. “Ninguém é igual a ele, meu irmão tem uma cabeça única, é diferente e sempre soube como conquistar as pessoas. Sempre foi carismático”, analisa.
Por pouco, no entanto, o moço não deixou de entrar no programa. Ele desistiu de viajar a trabalho e conhecer 30 países, para poder fazer parte do time de participantes.
“Não foi fácil, ele ficou dividido, mas sempre acreditou que o BBB ia dar uma maior visibilidade ao trabalho dele como sexólogo”, avalia.
Foi justamente pela família ter uma boate em Porto Velho (RO), cheia de divertimentos noturnos, que Mahmoud acabou se interessando pela sexologia. “Assim como na casa mais vigiada do Brasil, ele sempre respondeu à dúvida de todo mundo com muito bom humor”, considera Monaliz.
Segundo a jovem, ainda que Mahmoud se declare muçulmano, não é muito apegado à religião. “Já foi mais. Hoje ele brinca que só reza quando precisa, mesmo.”
Se vencer a disputa, Mahmoud pretende se dedicar ainda mais aos trabalhos voluntários – ele dá palestras sobre sexualidade e milita contra a discriminação –, e prometeu ajudar a mãe, Hamady, a montar o restaurante com o qual tanto sonha.
“A gente sente muita falta dele, mas como dá para vê-lo todo dia na televisão, conseguimos matar a saudade”, fala Monaliz, que quer ver o irmão só pela telinha por muitos e muitos dias kkk.