A cientista política já enfrentou enchentes, quase ficou sem andar por conta de um acidente, passou por perrengues para estudar e quer agarrar a chance!
Muita gente se surpreendeu quando a cientista política Mara Telles, de 53 anos, foi anunciada como uma das participantes do Big Brother Brasil 18. Afinal, o que levaria uma pesquisadora renomada, que dá aulas em uma das maiores universidades do país, com livros e livros publicados, a se inscrever no reality show? A resposta, quem tem, é sua filha, Ana Telles.
“Não é a primeira, nem a última vez que minha mãe toma atitudes que não vão ao encontro do que os outros esperam. Me enche de orgulho ela ter topado sair de sua zona de conforto de maneira tão intensa, mesmo sabendo que poderia vir a ser questionada”, conta a estudante em entrevista à TITITI.
“Ela sempre assistia ao programa e comentava nas redes sociais. Acredito que agora foi o momento certo”, pondera.
Sincera e espontânea, sem medo de se jogar em novas experiências, Mara não entrou no programa de olho apenas no prêmio de R$ 1,5 milhão. “Claro, o dinheiro é um aspecto importante, mas não é o único a movê-la neste desafio”, analisa Ana.
Se vencesse a professora pretendia fundar uma ONG para combater a intolerância.
E quem a conhece, garante: a cientista política não passaria mesmo incólume no jogo. Ariana e de temperamento forte, Mara esquentou a atração. “Minha mãe trata a todos sem diferença, do mesmo jeito que chama a minha atenção em casa ou o faz com seus alunos. Mas ela também estava lá para jogar”, afirma a jovem.
A única coisa que faz a destemida Mara tremer na base é andar de carro. “Ela sempre me disse que o medo corrói a alma, mas ela o enfrenta bem”, garante Ana. O trauma vem da época do vestibular, quando sofreu dois acidentes de automóvel, com intervalo curto entre eles. Ficou meses sem saber se iria voltar a andar normalmente e fez as provas ainda na cama do hospital.
Natural de Governador Valadares (MG), filha de um agrimensor e de uma professora, Mara cresceu sem luxo ao lado de três irmãs. A família chegou a perder quase tudo em 1979, quando uma enchente fez o Rio Doce invadir a casa da sister. “Ela lamenta ter perdido, junto com os móveis, as fotos de criança, por exemplo. E, por isso, quando encontra uma delas guarda como preciosidade”.
Garota-propaganda e modelo na juventude, Mara acabou se encontrando, mesmo, nos livros. Primeiro estudou arte, para depois se dedicar à ciência política. E passou muito perrengue até se firmar no mundo acadêmico. “Ela sempre estudou muito e para isso viajava mesmo em condições adversas, sempre me levando na mala”, explica a filha, brincando e cheia de orgulho da batalhadora.
Autointitulada uma “louca dos signos”, Mara recorre a um tarô que trouxe de uma viagem para se orientar ao fazer decisões pessoais difíceis. Não à toa que Ana tem na ponta da língua a razão de a mãe merecia ficar na competição.
“Ela me criou sozinha, superando lindamente os julgamentos alheios. Uma combinação extraordinária que instiga inteligência, diverte e sai do convencional! Então, acho que as mesmas qualidades que garantem a ela inúmeros seguidores, fãs e amigos do lado de fora da casa também se replicarão lá dentro”, finaliza.