No último domingo (22 de setembro de 2024), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, fez história na “Cúpula do Futuro” da ONU em Nova York – mas não exatamente da maneira que ele esperava. Lula se empolgou em seu discurso, ultrapassando os 5 minutos reservados a cada chefe de Estado e, como manda o protocolo, teve o microfone cortado. A conferência é parte do evento que antecede a 79ª Assembleia Geral da ONU, que começa oficialmente na terça-feira (24).
Discurso afiado
Com a língua afiada, Lula falava sobre a falta de representatividade dos países do Sul Global nas principais organizações multilaterais, argumentando que esses países não têm voz proporcional ao seu peso político, econômico e demográfico. Tudo ia bem até que o relógio bateu o tempo limite e, sem aviso prévio, o som foi interrompido. O presidente da Assembleia, Philémon Yang, até tentou avisar o petista, mas Lula seguiu firme, falando mesmo sem microfone.
Microfone e tradução desligados
E se engana quem pensa que só o microfone de Lula foi cortado. A tradução simultânea, que ajuda as delegações a entender o que cada líder diz, também foi brevemente interrompida, voltando só no final da fala. Mas o show tinha que continuar e Lula, sempre eloquente, terminou seu discurso batendo com as mãos no púlpito – um jeito bem característico de fazer seu ponto.
Pinga-Fogo
O evento “pinga-fogo”, no qual líderes de todo o mundo tiveram a chance de falar rapidamente, também cortou o som de outros chefes de Estado, como os presidentes de Serra Leoa e Iêmen. Ao todo, 81 líderes discursaram, e parece que seguir o cronômetro não era a prioridade da maioria. Vários também tiveram seus microfones silenciados pela equipe da ONU, que não estava de brincadeira.
Mas, mesmo com os “cortes”, o evento teve sua importância. Na Cúpula, foi aprovado o Pacto para o Futuro, um documento ambicioso que propõe mudanças no sistema multilateral, abordando questões como desenvolvimento sustentável, segurança internacional e, claro, a sempre polêmica reforma do Conselho de Segurança da ONU. É um sinal de que a ONU quer se modernizar e se adaptar aos tempos.
Lugares vazios
Apesar do peso das decisões tomadas, o auditório não estava exatamente lotado. A sede da ONU, que pode acomodar até 2.000 pessoas, tinha várias cadeiras vazias. Observadores notaram ao menos 60 lugares sem ocupantes nas áreas destinadas às delegações, um indicativo de que alguns preferiram não participar da Cúpula.
Cúpula do Futuro
A Cúpula do Futuro serviu como um “esquenta” para a Assembleia Geral, que tradicionalmente atrai atenção global. Para Lula, o evento foi uma oportunidade de reafirmar sua liderança global e defender os interesses do Brasil e dos países em desenvolvimento. Mesmo com o microfone cortado, ele conseguiu passar sua mensagem – e com estilo.
Os discursos de Lula
O fato é que Lula não é o primeiro, nem será o último, a perder a batalha contra o cronômetro da ONU. Mas, para quem acompanha o presidente, isso é apenas mais um episódio em sua longa trajetória de discursos que desafiam o tempo (e a paciência de alguns organizadores).
Agora, é esperar para ver como Lula se sairá na Assembleia Geral da ONU, onde terá uma nova chance de brilhar – e, quem sabe, dessa vez terminar dentro do tempo permitido.
Resumo para quem está com pressa:
- Lula teve o microfone cortado por exceder o tempo de discurso na “Cúpula do Futuro” da ONU.
- O presidente falava sobre a sub-representação dos países do Sul Global.
- Mesmo sem microfone, Lula seguiu falando e terminou com um gesto característico.
- Outros líderes, como os de Serra Leoa e Iêmen, também tiveram seus microfones silenciados.
- O evento aprovou o Pacto para o Futuro, com foco em mudanças no sistema multilateral.
- O auditório da ONU estava parcialmente vazio, com várias delegações ausentes.