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Cinema

Blade Runner 2049, com Ryan Gosling e Ana de Armas, é um filme imperdível pro fim de semana

Ryan Gosling e Harrison Ford: remake à altura de um super clássico
Ryan Gosling e Harrison Ford: remake à altura de um super clássico (Divulgação)

Em um futuro onde as fronteiras entre o humano e o artificial se confundem, as reflexões filosóficas propostas por Philip K. Dick ganham vida no universo de Blade Runner. O filme, inspirado no livro “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?”, explora questionamentos profundos sobre a existência e a natureza da realidade. Em sua última entrevista, Dick se mostrava animado com a estreia do filme que daria visibilidade à sua obra, um marco que ele mesmo não esperava alcançar em vida. Sua hesitação quanto ao figurino — entre smoking ou jeans e camiseta — revela a simplicidade do autor, diante de uma complexidade existencial que suas obras propunham.

Obra prima de Ridley Scott

Inicialmente, Dick não gostou da ideia de adaptar seu livro para o cinema. Quando soube que os direitos haviam sido vendidos para o produtor Herb Jaffe, sem sua permissão, confrontou-o diretamente, mas o tempo e as circunstâncias abriram caminho para que, em 1982, o icônico Blade Runner — O Caçador de Androides, dirigido por Ridley Scott, chegasse aos cinemas. O filme, que misturava ficção científica e questionamentos filosóficos, acabou por inaugurar um novo gênero cinematográfico: o futuro distópico cheio de neons, onde a humanidade questiona sua própria essência.

Clássico absoluto

Nas décadas que se seguiram, Blade Runner passou de um sucesso cult a um clássico absoluto, mas não sem divisões. Muitos críticos e fãs puristas de Philip K. Dick viam a adaptação como uma simplificação de sua obra complexa, um afastamento do espírito original. No entanto, o tempo, assim como a areia que escorre entre os dedos, suavizou essa resistência, e Blade Runner se consolidou como um marco cinematográfico, reconhecido por seu visual e profundidade filosófica.

A visão de Denis Villeneuve

Com o lançamento de Blade Runner 2049 em 2017, o universo imaginado por Dick retornou às telas, e a continuação trouxe uma visão ainda mais sombria e complexa. O diretor Denis Villeneuve capturou a essência do original, enquanto expandia seus horizontes. Ryan Gosling, no papel de K, um replicante com a tarefa de caçar outros replicantes, leva a trama para um novo patamar, onde as fronteiras entre máquina e humano se tornam ainda mais turvas. A questão central permanece: o que nos torna humanos?

A escolha de Villeneuve para a direção se mostrou acertada. Conhecido por trabalhos como “A Chegada” e “Sicario”, Villeneuve trouxe para Blade Runner 2049 a mesma sensibilidade com a qual tratou o futuro em seus projetos anteriores. Sua abordagem evitou a repetição do passado, criando uma obra que é tanto uma homenagem quanto uma expansão filosófica do universo de Blade Runner. Sua visão de um futuro desolado, com tecnologia avançada, mas uma humanidade decadente, reflete um mundo que se perdeu na busca pela perfeição.

Ryan Gonslin em grande atuação

No centro da narrativa, Ryan Gosling interpreta K, um personagem dividido entre sua programação e o desejo por algo mais. Ele é o perfeito símbolo do conflito existencialista: deseja ser humano, mas suas experiências são limitadas pela artificialidade de sua criação. Seu confronto com Rick Deckard, o lendário caçador de androides interpretado por Harrison Ford, encapsula essa busca pela essência humana, enquanto ambos refletem sobre o peso do tempo e das escolhas feitas.

Namorada virtual

A presença de Joi, a namorada virtual de K, acrescenta uma camada ainda mais filosófica ao filme. Ela é uma projeção sem corpo, uma sombra do que seria uma relação humana real. Assim como os replicantes, Joi questiona a natureza da existência, tornando a vida de K um eco das reflexões existencialistas de pensadores como Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir. A jornada de K não é apenas física, mas uma busca por significado em um mundo que parece cada vez mais vazio de respostas.

Remake que fez bonito

Visualmente, Blade Runner 2049 é uma obra-prima. Sua cinematografia eleva o filme ao status de arte, com paisagens futuristas que refletem o declínio da humanidade em um mundo dominado pela tecnologia. Cada quadro é uma pintura que reforça o tema central do filme: o confronto entre o avanço tecnológico e a deterioração da alma humana. Assim como o primeiro Blade Runner, este é um filme que será decifrado ao longo de gerações.

Conclusão

No fim, Blade Runner 2049 não é apenas uma continuação de um clássico, mas uma reflexão sobre a própria natureza do cinema e da humanidade. Assim como os replicantes lutam para encontrar significado em suas vidas, nós, humanos, nos deparamos com as mesmas questões. E no coração desse futuro distópico, o filme ecoa a pergunta que Philip K. Dick nos fez décadas atrás: o que realmente significa ser humano?

Confira o trailer de Blade Runner 2049:

Resumo para quem está com pressa:

  • Blade Runner 2049 retoma e expande o universo filosófico e visual do original de 1982.
  • Ryan Gosling interpreta K, um replicante em busca de sentido e de sua própria humanidade.
  • A direção de Denis Villeneuve é aclamada por manter a essência do filme original, com uma visão mais sombria e existencial.
  • O filme explora questões profundas sobre a natureza da existência e o que significa ser humano.
  • A relação entre K e sua namorada virtual, Joi, adiciona uma camada de complexidade filosófica à trama.
  • Visualmente deslumbrante, Blade Runner 2049 será estudado por décadas como um marco do cinema futurista.
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