O presidente Jair Bolsonaro deu uma declaração forte sobre a mudança do órgão que fiscaliza os recursos públicos destinados ao apoio da produção audiovisual no Brasil do Conselho Superior de Cinema, órgão encarregado de formular políticas para setor, para a Casa Civil.
O presidente usou o exemplo do filme ” Bruna Surfistinha” de 2011, protagonizado pela atriz Deborah Secco.
“Não podemos admitir que com dinheiro público se façam filmes (como esse)”, afirmou Bolsonaro.
Em ume entrevista a um veículo de comunicação a atriz se manifestou sobre a declação do presidente e se disse triste e chocada:
“Fiquei muito triste e um pouco chocada do filme ter sido colocado nesse lugar. Temos que falar sobre tudo para que, através da arte, possamos debater sobre a realidade. Não podemos nos calar vendo tudo isso.”
Bolsonaro ainda deu outra declaração a respeito da referência do filme e afirmou não ser “contra essa ou aquela opção, mas o ativismo não podemos permitir, em respeito às famílias”.
A atriz reforçou a importância da obra no contexto sociocultural do país:
“A história retrata uma história real, não só da Bruna, mas de outras mulheres que se encontram nessa situação. Queria muito que nenhuma mulher tivesse que se vender para sobreviver, mas essa não é a realidade do nosso país. Não adianta esconder o que existe. Tenho muito orgulho desse filme, que me trouxe uma nova visão sobre esse assunto (prostituição). Espero que o mesmo tenha acontecido com outras pessoas que o viram.”, completou Deborah.
Produzido em 2011 e com direção de Marcos Baldini, o longa contou com apoio da lei audiovisual para captar recursos e custou cerca de R$ 4 milhões, tornando-se o maior sucesso da bilheteria nacional de 2011 e faturando cerca de R$ 20 milhões.