O filme “Alerta Vermelho”, da Netflix, chegou prometendo ser um dos maiores sucessos da plataforma, com um investimento impressionante de US$ 200 milhões. Mas será que esse combo de estrelas e um orçamento colossal resultou em um filme memorável? Infelizmente, a resposta é não. Mesmo com Dwayne Johnson, Ryan Reynolds e Gal Gadot no elenco, a produção acabou sendo mais um exemplo de que nem sempre dinheiro e fama garantem um bom resultado.
A Fórmula Que Não Funcionou
O enredo de “Alerta Vermelho” acompanha dois ladrões de antiguidades que se enfrentam e se aliam em uma caçada mundial. Dirigido por Rawson Marshall Thurber, o filme prometia ação e comédia em um estilo familiar. No entanto, o que poderia ser uma aventura eletrizante se perdeu em clichês e uma fórmula já desgastada. A Netflix, ao apostar alto em um elenco de peso, pareceu ignorar o fato de que o carisma das estrelas não sustenta uma história rasa e previsível.
Estrelas em Alta, Química em Baixa
Com Dwayne Johnson no papel do agente John Hartley, Ryan Reynolds como o ladrão Nolan Booth e Gal Gadot interpretando a astuta Sarah Black (ou “O Bispo”), o filme tinha tudo para funcionar. Mas a falta de química entre os protagonistas compromete o andamento da trama. Em vez de criar momentos cativantes, as interações entre eles parecem forçadas e artificiais, deixando a desejar na hora de prender o público.
Comparações que Falam Alto
Para entender onde “Alerta Vermelho” falha, basta compará-lo a outra produção da Netflix, como “O Irlandês” de Martin Scorsese, que custou menos (US$ 160 milhões) e ofereceu uma experiência muito mais envolvente. Enquanto “O Irlandês” mergulha o espectador em uma narrativa rica, “Alerta Vermelho” parece apostar mais nos efeitos especiais e no carisma de seus atores do que na construção de uma história sólida.
Flashbacks Confusos e Ritmo Bagunçado
Um dos maiores problemas do filme está em sua narrativa fragmentada. Flashbacks mal construídos atrapalham o ritmo e tornam a experiência confusa, deixando o espectador sem muita conexão com a história. Momentos que deveriam ser reveladores acabam passando sem impacto, e o roteiro não consegue sustentar a expectativa que ele próprio cria.
O Brilho Perdido de Ryan Reynolds
Quem espera ver o humor ácido de Ryan Reynolds, tão bem utilizado em “Deadpool”, pode se decepcionar. Em “Alerta Vermelho”, o ator repete a mesma fórmula irônica, mas desta vez as piadas soam forçadas. O timing cômico, que já foi seu ponto forte, aqui parece deslocado, e o excesso de piadas internas acaba minando qualquer chance de envolvimento mais profundo com o personagem.
Dwayne Johnson e Gal Gadot: Previsíveis e Subaproveitados
Já Dwayne Johnson, conhecido por seu papel de herói musculoso e infalível, não foge do esperado e entrega uma atuação sem surpresas. O mesmo acontece com Gal Gadot, que, mesmo carismática, é prejudicada por um roteiro que não desenvolve sua personagem. Ela acaba sendo mais uma “vilã sedutora” sem camadas, o que limita o impacto que poderia ter na trama.
Referências Mal Sucedidas
O filme tenta, sem sucesso, emular o estilo de clássicos como a franquia 007 e “Onze Homens e um Segredo”. No entanto, em vez de homenagear esses filmes, “Alerta Vermelho” acaba parecendo uma colagem preguiçosa de fórmulas batidas, sem o charme ou a originalidade das produções que tenta imitar. O resultado é uma narrativa que não consegue inovar e se perde em referências sem propósito.
Ritu Arya: Um Raro Destaque
Entre os poucos pontos positivos do filme, está a atuação de Ritu Arya, que interpreta a investigadora do FBI Urvashi Das. Mesmo com pouco tempo de tela, ela consegue se destacar, oferecendo uma performance precisa e cheia de energia. Em uma das melhores cenas, Arya consegue “roubar” a cena de Dwayne Johnson, trazendo um frescor inesperado em meio à bagunça da trama.
A Quantidade Acima da Qualidade
Uma das grandes perguntas que o filme deixa é: por que a Netflix investiu tanto em algo que entrega tão pouco? A resposta pode estar em sua estratégia de negócios. A plataforma, em busca de grandes títulos de apelo popular, parece ter priorizado a quantidade e o impacto imediato sobre a qualidade e a longevidade da produção. “Alerta Vermelho” exemplifica essa tendência preocupante: muito investimento, pouca inovação.
Blockbusters de Fórmulas Prontas
A escolha da Netflix de focar em blockbusters como “Alerta Vermelho” reflete uma tendência atual da indústria cinematográfica. Em vez de apostar em histórias que desafiem o público, vemos uma multiplicação de filmes de ação com fórmulas prontas, repletos de explosões, piadas fáceis e personagens rasos. Para quem busca algo diferente, essa abordagem pode se tornar rapidamente cansativa.
O Futuro dos Grandes Investimentos
“Alerta Vermelho” é um lembrete de que, por mais que grandes nomes e orçamentos milionários possam atrair público, eles não são sinônimo de qualidade. Se a Netflix pretende continuar apostando em superproduções, talvez seja hora de reconsiderar o equilíbrio entre entretenimento leve e o investimento em histórias com mais substância.
Resumo para quem está com pressa
- “Alerta Vermelho” é uma produção da Netflix, com Dwayne Johnson, Ryan Reynolds e Gal Gadot, e um orçamento de US$ 200 milhões.
- O filme falha ao tentar combinar ação e comédia, apresentando uma história cheia de clichês e sem originalidade.
- Ryan Reynolds repete seu estilo de humor, mas desta vez as piadas parecem forçadas e cansativas.
- Dwayne Johnson e Gal Gadot entregam atuações previsíveis e pouco envolventes, prejudicados por um roteiro raso.
- A performance de Ritu Arya é um dos poucos destaques do filme, trazendo um frescor em meio ao caos.
- “Alerta Vermelho” exemplifica a tendência da Netflix de apostar em blockbusters de apelo popular, mesmo que isso comprometa a qualidade da produção.