WASHINGTON (Reuters) – Sidney Poitier, que rompeu as barreiras raciais como o primeiro negro a ganhar o Oscar de melhor ator por seu papel em “Uma Voz nas Sombras” e inspirou toda uma geração durante o movimento pelos direitos civis, morreu aos 94 anos, informou uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores das Bahamas nesta sexta-feira.
Eugene Torchon-Newry, diretor-geral interino do Ministério das Relações Exteriores do país, confirmou a morte do astro.
Poitier criou um legado cinematográfico notável em um único ano com três filmes em 1967, numa época em que a segregação racial prevalecia em grande parte dos Estados Unidos.
Em “Adivinhe Quem Vem para Jantar” ele interpretou um homem negro com uma noiva branca e “No Calor da Noite” ele era Virgil Tibbs, um policial negro enfrentando o racismo durante uma investigação de assassinato. Ele também interpretou um professor em uma escola rígida de Londres naquele ano em “Ao Mestre com Carinho”.
Poitier ganhou seu Oscar de melhor ator por “Uma Voz nas Sombras” em 1963, interpretando um faz-tudo que ajuda freiras alemãs a construir uma capela no deserto. Cinco anos antes, Poitier havia sido o primeiro negro indicado ao Oscar de melhor ator por seu papel em “Acorrentados”.
Seu personagem Tibbs de “No Calor da Noite” foi imortalizado em duas sequências –“Noite sem Fim”, em 1970, e “A Organização”, em 1971– e se tornou base para a série de televisão homônima, estrelada por Carroll O’Connor e Howard Rollins.
Poitier nasceu em Miami em 20 de fevereiro de 1927 e foi criado em uma fazenda de tomate nas Bahamas, tendo apenas um ano de escolaridade formal. Ele lutou contra a pobreza, o analfabetismo e o preconceito para se tornar um dos primeiros atores negros a ser conhecido e aceito em papéis importantes pelo grande público.
Como diretor, Poitier trabalhou com seu amigo Harry Belafonte e Bill Cosby em “Aconteceu num Sábado”, de 1974, e Richard Pryor e Gene Wilder em “Loucos de Dar Nó”, de 1980.