O Santos parece ter descoberto a fórmula mágica para encontrar um sopro de vida no Brasileirão após a inesquecível tragédia em Porto Alegre. Um garoto de 20 anos, que por sinal é um centroavante talentoso, está provando ser o raio de esperança da equipe profissional do Peixe nas últimas temporadas. Surpreendentemente, ele conseguiu contribuir com um terço dos 33 preciosos pontos que o Santos conquistou nesta Série A.
E tudo isso graças aos retornos de João Paulo, Jean Lucas e Soteldo, que reforçaram a equipe. Marcelo Fernandes, o grande comandante, não pensou duas vezes e repetiu a formação base que tem sido uma constante nos últimos jogos. Pelo lado do Coritiba, Thiago Kosloski enfrentou um pequeno dilema, uma vez que Thalisson não estava disponível. Ele decidiu apostar em Jean Pedroso na zaga, e o restante do time manteve-se praticamente inalterado, inclusive com o retorno triunfal de Willian Farias no meio-campo.
E assim começou a importante batalha na 29ª rodada do Brasileirão de 2023, na qual Santos e Coritiba protagonizaram um espetáculo de tirar o fôlego. Os primeiros minutos do jogo foram como uma viagem no tempo, relembrando o início do último jogo do Santos na Vila Belmiro, a derrota para o Bragantino. A atmosfera era eletrizante, empurrando o time para o ataque com um estilo incrivelmente vertical, mas que também deu brechas para o adversário. Em apenas dez minutos, já havia dois gols.
O jovem Marcos Leonardo era a estrela dos passes verticais do Santos. A estratégia era clara: fazer a bola chegar rapidamente aos pés do camisa 9, que, por sua vez, procurava preferencialmente o setor de Henrique para criar oportunidades e levar o Peixe adiante de maneira mais elaborada.
O volume de jogo foi impressionante, assim como a eficácia nas bolas aéreas ofensivas. Joaquim abriu o placar e assustou em outras jogadas. Marcos Leonardo teve seu momento de brilho ao fazer o goleiro Gabriel trabalhar duas vezes. No entanto, o Santos parecia sofrer quando precisava defender, e o Coritiba sabia aproveitar quando tinha a posse de bola.
O Coritiba adotou uma abordagem mais tranquila, com aproximação e troca de passes curtos para diminuir o ímpeto do Santos. A equipe conseguiu encontrar espaços no meio-campo do Peixe e empatou graças a um pênalti polêmico convertido por Robson. Embora não seja justo compará-lo a Marcos Leonardo, Slimani também desempenhou um papel importante na estratégia, impondo-se com vigor. Victor Luís, Sebá Gómez e Marcelino Moreno costuravam jogadas pela esquerda.
O jogo começou a ganhar um ritmo diferente com muitas paralisações devido a reclamações com as decisões do árbitro, revisões no VAR, atendimentos médicos e demoras para repor a bola em jogo. No entanto, o Santos soube lidar bem com a situação, adotando um ritmo mais lento e apostando em passes para Soteldo e Lucas Lima nas costas do meio-campo do Coritiba. Essa nova estratégia permitiu boas conexões entre o trio avançado.
Marcos Leonardo continuou a brilhar, desfilando sua habilidade diante da zaga adversária, e Lucas Lima se destacou, conseguindo até mesmo provocar a rigorosa expulsão de Willian Farias ainda no primeiro tempo. O Coritiba, apesar de ficar com um jogador a menos, se reorganizou em um 4-4-1 e manteve-se competitivo. Eles não se entregaram!
Kosloski fez algumas mudanças no intervalo, retirando seus dois atacantes de origem, Robson e Slimani, para colocar Reynaldo na zaga e Bruno Gomes no meio-campo. Marcelino Moreno se tornou o jogador mais avançado. Por outro lado, Marcelo Fernandes optou por substituir Kevyson por Julio Furch, desfazendo o esquema com três zagueiros. Dodô voltou a atuar como lateral, e o time passou a contar com uma dupla de ataque.
A segunda etapa transformou o jogo em um típico “ataque contra defesa”. O Coritiba bloqueou efetivamente as jogadas do Santos, demonstrando dedicação e fazendo coberturas eficazes. Os anfitriões lutaram para circular a bola com rapidez e criar situações de um contra um pelos lados. No entanto, a estratégia de iludir o sistema defensivo adversário com jogadas pelo meio de campo não deu certo.
A solução foi apostar em cruzamentos para a área, e Julio Furch acertou a trave antes de Marcos Leonardo marcar o gol da vitória do Santos. O camisa 9 ainda teve um gol anulado por impedimento em uma reta final de partida mais aberta, já que o Coritiba precisava se lançar ao ataque em busca do empate.
Com essa vitória, o Santos abriu uma vantagem de dois pontos em relação à zona de rebaixamento, proporcionando um clima menos turbulento para o elenco nos próximos dias, especialmente com o clássico contra o Corinthians chegando. Enquanto isso, o Coritiba, a cada rodada que passa, fica mais perto de encarar o inevitável rebaixamento, que parece ser apenas uma questão de tempo.