A temporada de 2021, que terá o auge nos meses de agosto e setembro com os Jogos Paralímpicos, começou com excelentes notícias para o paulista Nathan Torquato. Aos 20 anos, o atleta do parataekwondo foi escolhido pelo Portal Mundo Taekwondo como o melhor das Américas de 2020.
“Foi uma honra ainda mais vindo da mídia de maior destaque de Taekwondo em nível mundial”, disse o lutador da classe K44, para atletas com amputação de braço. O brasileiro, que nasceu com uma má formação congênita no braço esquerdo, ficou à frente do mexicano Diego Garcia (segundo colocado) e o argentino Juan Samorano (terceiro). “Todos nós estamos classificados para os Jogos Paralímpicos. É claro que em categorias diferentes. Tanto o mexicano quanto o argentino lutam no peso até 75kg e eu, até 61kg. É um trio que representa muito bem o nosso continente ao redor do mundo. As Américas estão crescendo demais e muito por causa dos nossos resultados”, completa.
Natural da Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, Nathan carimbou o passaporte para o evento de Tóquio no Classificatório da Costa Rica em março de 2020. “Estavam os melhores do continente. Foi um torneio bem pesado. Somente o melhor de cada categoria levava a vaga. Fiz três lutas. A primeira contra um colombiano. Foi 20 a 18. Uma luta bem apertada. Estava um pouco nervoso. Depois, passei por um atleta da República Dominicana por 80 a 20. Um recorde de pontos na modalidade em todo mundo. Estava muito bem preparado. Na final, contra um cubano, ganhei de 36 a 17 e fiquei com a vaga. Cheguei muito bem treinado. Sabia do peso do torneio e do tamanho do desafio”, lembra o brasileiro.
Aos 20 anos, o jovem assume sem problemas o posto de um dos favoritos para faturar uma medalha no Japão. “Nos últimos três anos, apenas dois atletas em todo mundo conseguiram me vencer, um da Turquia e outro da Mongólia. Nós estamos dominando a categoria há bastante tempo e tudo indica que estaremos lá brigando pelo lugar mais alto do pódio. Não vejo o favoritismo para ganhar uma medalha como um fardo. Encaro isso como uma motivação maior”, comenta o medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima em 2019. A disputa em Tóquio, que será a estreia da modalidade no programa paralímpico, vai contar com 12 atletas com a junção das classes K43, para lutadores com deficiências nos dois membros, e K44.
Além de Nathan, a paraibana Silvana Fernandes (até 58kg) e a paulista Débora Menezes (acima 58kg) conquistaram a vaga à Paralimpíada pelo Classificatório continental . “As duas estão deixando performances incríveis dentro dos tatames há bastante tempo. O Brasil tem tudo para estar muito bem representando nos Jogos”.
Vida dedicada ao taekwondo
Mesmo tendo ingressado no parataekwondo em 2017, quando a modalidade foi criada no Brasil, Nathan Torquato está envolvido com taekwondo desde muito jovem. “Com apenas três anos, ia para a escola com a minha mãe e sempre via o pessoal lutando em uma academia. Todo mundo com o dobok (roupa parecida com o kimono usada pelos atletas do taekwondo). Era demais. Comecei e não parei até hoje. São 17 anos dedicados à modalidade. Fui cinco vezes campeão paulista no convencial e sigo até hoje colecionando medalhas. Tomara que consiga trazer mais uma lá de Tóquio”.
(Agência Brasil)