A atriz acredita em reencarnação para que o ser humano aprenda com os erros e possa se redimir
Julia
Lemmertz, que tanto faz as pessoas rirem ou chorarem com sua interpretação
sempre convincente, vestiu a camisa da tresloucada Dorotéia, de Além do Tempo.
“Ela não tem um mau caráter. Só não sabe fazer
coisas diferentes… Trabalhar, por exemplo, como qualquer pessoa
normal. Por isso engole sapo da condessa Vitória (Irene Ravache), é cúmplice
das armações da filha, Melissa (Paolla Oliveira). Enfim, o que conta são
aparências”, diz a gaúcha, de 52 anos. “Dorotéia foi mimada pelo marido, que
era um conde, tinha sangue azul e ela uma plebeia. Teve uma vida boa com ele.
Quando morreu, a deixou na pindaíba. É uma sobrevivente!”, justifica Julia,
recém separada do ator Alexandre Borges, depois de 22 anos de união, e
indisposta a falar sobre o assunto.
Você
acredita numa segunda chance, em reencarnação, um dos temas de Além do Tempo?
Não
sei se reencarnação na maneira espírita de se falar. Acredito que a coisa não
acabe por aqui. Acho que é muito pouco uma vida só. Nesse sentido, meu
pensamento é bastante budista: Todo mundo merece uma chance.
Até
as mais cruéis?
Você
tem que aprender com os erros para poder se redimir de alguma forma. É muito
simples você ser um cara horrível, cruel e merecer a morte. A morte é pouco. A
recuperação de alguém tem que ser uma esperança.
Você
gostaria de saber alguma coisa sobre além da vida?
Acho
melhor não saber. Talvez o ideal seja a gente ficar no dia de hoje mesmo. Esse
negócio de ficar sabendo muito à frente, compromete o seu presente. Tira a
expectativa e o sabor do aqui e agora. Ninguém vive direito o agora, se souber
o que vai rolar lá na frente. Ora, só vai acontecer isso assim, assim no
futuro, se você viver o seu presente o dia todo.
A
mudança do cabelo para Além do Tempo te incomodou?
Na
verdade meu cabelo está crescendo porque eu cortei depois de Em Família (2014),
pra fazer um filme. Ficou bem curtinho. Depois do filme, fui deixando crescer,
até porque não sabia o que ia fazer. Agora ele está num tamanho que dá para
encaixar uma peruca. Depois, quando vier a outra encarnação, ainda não sei como
vai ficar.
Como
foram as gravações da novela no Rio Grande do Sul?
Uma loucura! O Rio Grande do Sul é lindo. Sou
gaúcha de Porto Alegre, mas fui para São José dos Ausentes, um lugar que nunca
tinha visitado e que é na fronteira com
Santa Catarina. Tem aqueles cânions, é o lugar mais frio do Brasil. As imagens
são arrebatadoras. De tirar o fôlego. Mas foi muito difícil, a gente foi
guerreira, porque passamos um perrengue ali.
O
frio é um convite para enfiar o pé na jaca, não é mesmo (risos)?
Ah,
nem me fala! Suportamos o frio, além de muito bem agasalhado, tomando vinho…
Fiquei na pousada Monte Negro, linda, que é na beira de um cânion. A comida é
maravilhosa.
É
disciplinada com alimentação?
Sou,
porque tem uma porção de coisa que não como. Tentei seguir minha comidinha lá,
até porque depois tem que entrar no figurino (risos). Tem que fechar o
espartilho. Não como carne vermelha, não como farinha branca, não tomo
refrigerante. Há muito tempo! Continuo fazendo meu suco verde quatro, cinco
vezes por semana. Mas me adapto também. Não é um fim de mundo para eu manter a
minha dieta.
E
da pele como você trata?
Cuido
com aquelas coisas que a dermatologista fala, que é lavar o rosto, não dormir
com maquiagem, passar um creminho e tal. Fiz um peeling para tirar umas
manchinhas. Foi a laser.
Toma
alguma vitamina?
Todas.
Tudo que é comprimido eu tomo (risos). Não gosto de picada, nem de cortar nada.
Mas se tiver mais uma pílula para tomar, não vejo problema nenhum.