Esse foi o tema da palestra do educador Eugênio Mussak no último dia da Semana do Bem-Estar
Foi
com muito entusiasmo e um quê de lamento que aconteceu a última atividade da
Semana do Bem-Estar: entusiasmo porque todos estávamos ansiosos pela chegada do
pensador Eugênio Mussak, que traria na bagagem nada mais do que reflexões sobre
“O Sentido da Vida”; e o quê de lamento porque sabíamos que seria a última
atividade dessa semana tão intensa em aprendizados e amizades.
O
jeito foi sorver até a última gota da palestra de Mussak, colunista da revista
Vida Simples, nossa parceira nessa jornada de bem-estar.
Como
bom pensador, ele foi logo avisando que não daria a resposta para o sentido da
vida (nem os cientistas, nem os filósofos, nem os religiosos ou os grandes
artistas chegaram a uma conclusão definitiva sobre isso!). Mas daria
ferramentas para que cada um parasse para pensar a respeito. “O que mais nos
falta são perguntas certas. E isso tem tudo a ver com encontrar um sentido para
a vida”, disse.
“A
gente admira muito quem tem respostas na ponta da língua, não é? Um grande
filósofo, Aristóteles, dizia para a gente não se preocupar com isso, pois a
resposta certa vem quando a pergunta certa é feita”, ponderou. “Acontece que há
poucas pessoas que tem a resposta certa. E sobram pessoas que têm a resposta na
ponta da língua”, enfatizou.
E
continuou citando três perguntas fundamentais que devemos nos fazer
rotineiramente: quem sou eu?, quem eu gostaria de ser? e o que é que eu estou fazendo para me tornar a
pessoa que, de fato, quero ser?. “Aristóteles diz que, ao fazer essas
perguntas, nos de fato encontraríamos o sentido da vida”, destacou Mussak.
Mas
atenção: “As respostas da primeira e da segunda pergunta precisam ser
diferentes. Se não, ou você é perfeito ou você está pronto, acabado e,
provavelmente, este é o último dia da sua vida”, brincou o educador, que falou,
então, sobre uma experiência que ele mesmo viveu.
“Quando
eu tinha 58 anos tive um aneurisma. Passei 15 dias na UTI do Hospital
Samaritano. E não é possível passar 15 dias numa UTI sem parar para pensar no
sentido da vida”, conta, destacando que a proximidade com os 60 anos trazia uma
certa depressão já que, no Brasil, por lei, quem faz 60, querendo ou não, é
enquadrado como idoso. “Comecei a pensar, então, nas características do idoso
que eu gostaria de ser. Pensei que seria importante continuar cuidando cada vez
mais da saúde, cultivar a paz de espírito, as boas lembranças, mas também não
viver só de lembranças do passado e saber olhar para frente, para o futuro.
Decidi que, acontecesse o que fosse, queria continuar sendo curioso”.
Muita
coisa aconteceu depois que Eugênio saiu da UTI, felizmente sem qualquer
sequela: “Ano passado, nasceram meus três netos (dos três filhos que tive do
primeiro casamento). E nos próximos dias, serei pai de novo. Erick, meu filho
com minha segunda mulher, Luciana, está para chegar em agosto” (na verdade, o bebê se apressou. Mal chegou
de Comandatuba, Eugênio levou Luciana para o Hospital e Erick nasceu!).
Qual é o sentido da vida? Talvez seja perceber
o significado nas coisas que você faz.
A Semana do
Bem-estar aconteceu de 12 a 18 de julho, na ilha de Comandatuba, na Bahia. Foi
uma realização das revistas Bons Fluidos, Vida Simples e Recreio. Teve apoio do
Hotel Transamérica Comandatuba e patrocínio da Kellogg’s.