A atriz diz que ainda tem muito a aprender: “Me orgulho em saber que eu não sei tudo!”
Alice Wegmann viu sua vida virar ao avesso quando aceitou o convite para participar de Onde Nascem os Fortes. A atriz, de 22 anos, estava deixando a casa dos pais para morar sozinha e recebeu a notícia de que estaria no elenco da supersérie. Faltando apenas dois dias para o início das gravações, a carioca não teve muito tempo para se preparar. Segundo ela, foi o processo mais rápido e o mais difícil de toda a sua carreira. “Mas, ao mesmo tempo, senti que já estava tudo em mim. Eu já estava conectada com a Maria há muito tempo. Sabe o papel que está escrito para ser seu? Foi esse!”, explica a estrela que, para mergulhar fundo no projeto, trancou a faculdade. “Eu tive que parar tudo para voltar à minha vida para isso. É o trabalho em que eu mais estou inteira, talvez, por isso, a conexão com essa personagem seja a maior que eu já tive”, conta.
A carioca precisou aprender a atirar para as cenas mais violentas de sua personagem. Foto: TV Globo.
REPERCUSSÃO
Alice cortou o cabelo, viajou para o sertão paraibano, sofreu com dengue, estafa e viveu o turbilhão de emoções na supersérie. Mas todo o esforço valeu a pena! A entrega da carioca para viver a heroína da trama vem rendendo muitos elogios. A repercussão das cenas surpreendeu positivamente a escorpiana, que gosta de acompanhar tudo nas redes sociais. “Eu esperava coisas boas, mas não sabia que ia afetar tanta gente dessa forma, como eu tenho percebido. A gente está conseguindo tocar o coração das pessoas, felizmente”, diz a atriz que, apesar de gostar dos comentários positivos, não deixa que isso suba à cabeça. “É uma armadilha você achar que o seu trabalho, que está incrível, perfeito, não tem para onde evoluir”, afirma a jovem, que sabe ainda ter muito a aprender. “Não me sinto 100% pronta e acho que a gente nunca está. Eu me orgulho do lugar em que estou, acho que a gente tem que reconhecer mesmo a nossa trajetória. Não faz mal ter amor próprio. Armadilha é achar que esse é o melhor lugar. Eu me orgulho por saber que eu não sei tudo, acho que esse é o segredo”, acredita Alice, que garante não ter pressa, mas já sabe o que deseja para o futuro. “Quero me surpreender muito comigo mesma. O que eu mais gosto como atriz, é poder descobrir muitas coisas dentro de mim. Então, a Maria é uma parte. Ainda tem muito mais aqui dentro, sabe? Até onde eu posso ir? Quero me surpreender”, explica.
Mãe e filha na supersérie, Patrícia Pillar e Alice contracenaram também em Ligações Perigosas (2016). Foto: Reprodução/TV Globo
REPRESENTATIVIDADE
Alice gravou sequências muito fortes, mas uma em especial a marcou: a que Maria sofreu uma tentativa de estupro. “Foi a cena mais emocionante e forte que já gravei em toda a minha vida. E foi no dia do meu aniversário”, lembra. Feminista assumida, Alice diz que viver Maria significa muito para ela. “É o momento propício para falar sobre isso. A cena do estupro representa milhões de mulheres e, na hora de gravar, pensei nelas. Poder dar voz a esse tipo de coisa me emociona porque sei as dores e as delicias de ser mulher”, afirma.
Com Humberto Carrão em A Lei do Amor: papel duplo, como as misteriosas Marina e Isabela. Foto: TV Globo
TRISTE DESPEDIDA
Com o fim das gravações da supersérie, Alice terá que se despedir dessa personagem que mexeu tanto com ela. “É quase um luto, a morte de alguém que você ama. De fato é, porque você construiu aquela pessoa, esteve conectada com ela durante esse tempo todo e, de repente, a pessoa acaba. E ai? Vai ser um grande desafio dizer adeus”, conclui.