Caseira e muito reservada, a atriz diz que ama o seu ofício, mas que não é compulsiva
O tema central de Além do Tempo e da obra de sua autora, Elizabeth Jihn, é a espiritualidade, assunto não muito
dominado por Ana Beatriz Nogueira, inteprete da atormentada Emília. “Acredito
em tudo, respeito todas as religiões. Até acho que, se for possível, numa outra
oportunidade, a gente fazer melhor do que agora, por que não? Mas se acabar,
acabou. Pra mim, o que Deus fizer está ótimo. Não tenho nem ideia de como vai
acabar essa vida aqui, que dirá voltar (risos)! A vida aqui já é muito intensa
para eu dar conta. Ainda pensar em vida passada, futura, não dá”, comenta a
atriz, de 47 anos. Para a carioca, o que importa na trama de sua personagem são
os conflitos que ela enfrenta, por conta do amor não resolvido com Bernardo
(Felipe Camargo), sua única e grande paixão. “A Emília é uma grande vítima da
Condessa Vitória (Irene Ravache), mas ela não faz papel de vítima. É bem
esperta!” admite Ana Beatriz, que garante não ter preferência por papeis
cômicos ou dramáticos! “Gosto de personagens bons. Podem ser aqueles que são
sofrimentos puros ou os que são perversos. Não importa!”, revela a atriz.
RESERVADÍSSIMA
Se for para Ana Beatriz traçar um perfil dela mesma, a resposta está na
ponta da língua. “Sou super reservada, não falo nada de ninguém, não falo de
vida pessoal, só trabalho. Aliás, se quiserem botar um paparazzo atrás de mim,
ele vai entrar em depressão, porque sou super caseira, quase não saio”, brinca.
E quando ela entra na pauleira que é gravar uma novela, a impressão que se tem
é que a atriz sofre uma reviravolta na sua rotina. “A vida de artista é assim.
Profissionalmente já estou nessa há 30 anos, sem contar a parte amadora. Então
não é ‘oh, minha vida mudou!’ Estou acostumada a horários. Não é só a televisão
que exige total disponibilidade de quem faz. Em qualquer profissão você tem que
estar totalmente disponível para o seu ofício”, prega.
PAIXÃO PELO TRABALHO
Apesar de não esconder que é completamente apaixonada por seu trabalho,
ela descarta o rótulo de workaholic (viciado em trabalho). “Não sou assim. Não
sei dizer se não estiver trabalhando, se entrarei em depressão. Produzo peças
de teatro, então, nunca fico sem trabalhar, mas também gosto dos momentos de
ócio”, explica. E nas horas de folga, como Ana Beatriz é em casa? “Sou
tranquila, gosto de uma porção de coisas que não vou especificar. Nunca faço
matéria de vida pessoal, não tenho vontade de falar nada, nem de cachorro,
papagaio… Não tenho rede social e, quando me botam num grupo fico
desesperada. Peço para me tirarem”, avisa.