Ela estreia na TV, como Tina, uma das protagonistas de Malhação, e tem a missão de representar as jovens orientais
Desde 2005, que Malhação não tem uma personagem oriental de destaque. A Miyuki, vivida por Daniele Suzuki, conquistou o público e marcou época. Mas foi a última. Não por acaso, esta foi uma das temporadas favoritas de Ana Hikari, uma das cinco protagonistas de Viva a Diferença, atual fase da novela. “Eu ligava a TV e me identificava com ela. É importante essa questão da representatividade. É uma honra estar na TV, como protagonista, como uma brasileira de ascendência japonesa, representando muitas sanseis (neta de orientais) da minha idade”, afirma a atriz.
Responsabilidade
Com apenas 22 anos, Ana interpreta Tina, na trama escrita por Cao Hamburger e dirigida por Paulo Silvestrini. Ainda cursando Artes Cênicas, na Universidade de São Paulo, ela tem o desafio de dar vida à uma adolescente criada com a rigidez e o tradicionalismo de uma família de ascendência japonesa. Bem diferente de sua vida pessoal. “Sou uma sansei mestiça. Neta de japoneses, por parte de mãe e, que tem negros e índios na família, e filha de pai negro. Então sempre tive contato com diferentes culturas. Tenho uma formação muito ampla nesse sentido, por isso não tive que pesquisar muito a fundo para criar a Tina”, conta.
A personagem, considerada a mais rebelde de todas as “five”, como são chamadas as cinco amigas que encabeçam esta temporada, Tina vive no bairro da Liberdade, famoso por abrigar famílias de japoneses e descendentes, gosta de animes (animações japonesas) e todo o tipo de arte e cultura com a qual possa entrar em contato. Sua mãe, Mitsuko (Lina Agifu) deseja que a filha siga seus passos na medicina e se case com um rapaz também oriental, mas os desejos de Tina vão muito além.
Uma das barreiras que Tina tem que quebrar é o preconceito racial. Ela se encanta por Anderson (Juan Paiva), motoboy negro da periferia de São Paulo, com quem vai conhecer novos polos de música e arte na cidade: “Tina tem muitas questões para lidar, é complexa. A sua vontade de viver tudo o que for possível, culturalmente, é uma delas. Os pais são bastante tradicionais e ela tem que lutar para poder seguir seu próprio caminho e viver as diferenças”.
Cada um no seu quadrado
Sobre as colegas de trabalho, Manoela Aliperti, Heslaine Vieira, Daphne Bozaski e Gabriela Medvedovski, Ana é só elogios. “Desde janeiro, na preparação, temos convivido diariamente, de forma linda e intensa. Estou feliz de poder contracenar com elas, que são superparceiras de trabalho e vida”, declara, relembrando o processo de seleção para as personagens. “Os testes foram muito precisos e estamos no papel que cada uma de nós deveria estar. Não consigo imaginar quem mais eu poderia interpretar além da Tina”, confessa a batalhadora paulistana.