Em Liberdade, Liberdade, a atriz luta por justiça e independência: “Ela me leva a escavar o sentido original desses valores!”
Uma mulher forte e destemida, que clama por justiça e independência. Assim é Joaquina/Rosa, a protagonista de Liberdade, Liberdade. Antes de ser convidada para estrelar a novela das 11, Andreia Horta estava escalada para viver Tóia, personagem de Vanessa Giácomo em A Regra do Jogo (2015). Mas sua participação foi cancelada após Alexandre Nero ser confirmado no elenco da trama de João Emanuel Carneiro. O motivo alegado pela Globo foi que o público iria estranhar os atores formando par romântico, logo após serem pai e filha, em Império (2014). Além da novela, a atriz mineira, de 32 anos, será vista no filme Elis, previsto para estrear no dia 12 de maio.
Estou com sorte. A Joaquina é uma grande personagem. Uma mulher com a voz muito ativa para o seu tempo. Fui pesquisar como as mulheres brasileiras estavam organizadas na sociedade naquele momento. Joaquina me leva a descontaminar o sentido das palavras justiça e liberdade. Muitos associam esses termos de outra forma, devido a tanta sujeira por cima delas. Ela me leva a escavar o sentido original desses valores. E não está levantando nenhuma bandeira. Está falando das coisas como realmente são.
Faz o nosso ofício valer a pena. Além de tudo, a novela é ambientada em Minas Gerais, minha terra. No colégio, quando a gente começou a estudar a Inconfidência Mineira, vi o quadro do Pedro Américo que era Tiradentes todo despedaçado. Foi um grande impacto pra mim. Agora, voltando a estudar, percebo que o movimento é uma voz atual porque ainda clama por coisas que já deveriam estar estabelecidas. É uma honra resgatar esse momento.
A Joaquina revelou pra mim que sou mais mulherzinha do que eu achava. Com aquela roupa, lutando, atirando, com tanta ação, com a peruca grande, achei desafiador. Fiz aulas desses esportes. Foram experiências incríveis.
Atuar é um ato de responsabilidade. Eu desejo despertar senso de justiça. Se tudo estiver justo, somos livres.
Levando em conta que a protagonista é quem está na ponta da história, é a minha primeira protagonista de novela sim. O momento está muito bom pra mim. Ter tudo isso me faz perceber que as coisas se organizaram da maneira mais brilhante possível.
Eu queria viver Elis Regina, no cinema, há 13 anos. Quando saiu o dinheiro do longa, eu já tinha passado no teste de A Regra do Jogo. Decidi sair da produção do Elis, porque não teria condições artísticas de entregar um bom trabalho. Mas a Globo resolveu me tirar da novela. Eu superentendi e voltei para a produção do filme. Aquele papo de “tudo o que é seu vem na sua mão na hora certa”, acredito muito.