Anitta contou no Twitter, nesta terça-feira, que recebeu um diagnóstico de endometriose e precisará passar por um procedimento cirúrgico para tratar o problema. A artista acreditava sofrer de um quadro de cistite recorrente, uma infecção que acomete a uretra provocada por uma bactéria. No entanto, ela conta que os exames não indicavam a presença de microrganismos na região, o que levou sua médica a optar por uma ressonância, que detectou a endometriose no último mês.
“Ela (médica) fez meu milionésimo exame e pela milionésima vez… NAO TEM BACTÉRIA. Nunca teve em nenhum dos exames. A doutora (enviada pelo meu anjo da guarda só pode), fez na mesma hora uma ressonância em mim e estava la. ENDOMETRIOSE. No dia seguinte ela me levou em um especialista em endometriose”, escreveu a cantora na rede social.
A endometriose é uma doença crônica causada por uma inflamação fora do normal de células do endométrio – tecido que reveste as paredes internas do útero, onde o óvulo se fixa depois de fecundado para que o feto cresça no caso de reprodução.
Em quase 50% das mulheres com endometriose, os sintomas ocorrem há mais de cinco anos — alerta a médica da cantora, Ludhmila Hajjar, clínica geral, intensivista e professora de cardiologia da Universidade de São Paulo (USP).
O problema leva esse tecido do endométrio a crescer para fora do útero, com fragmentos chegando ao ovário, às trompas e a outros órgãos da região. Mesmo fora do útero, ele continua crescendo, o que provoca cólicas menstruais muito intensas (dismenorreia); dores durante ou após relações sexuais; dores e sangramentos intestinais e urinários durante a menstruação e pode levar a dificuldades para engravidar — cerca de 30% a 40% das mulheres com endometriose têm a capacidade de reproduzir afetada.
— Devem chamar a atenção também para o diagnóstico irregularidades no ciclo menstrual e alterações intestinais durante a menstruação. O tratamento é bastante eficiente, especialmente quando a doença é identificada de forma precoce — complementa Ludhmila, que é colunista do GLOBO.
Como é uma doença ligada à menstruação, ela costuma regredir após a menopausa, quando ocorre a redução dos hormônios responsáveis pelo processo. No entanto, mulheres mais jovens que sofrem com o problema podem tratá-lo com o uso de anticoncepcionais sem intervalos — o que suspende a menstruação e a consequente inflamação dos tecidos do endométrio fora do útero.
No caso de lesões mais graves, como as de Anitta, pode ser indicada uma cirurgia para que elas sejam retiradas. Em casos mais avançados, é possível ainda realizar uma operação para remover completamente o ovário e o útero, o que, no entanto, compromete a capacidade de engravidar.
É importante, em caso de sintomas, procurar um especialista que possa avaliar a necessidade de exames, confirmar o diagnóstica e, se for o caso, indicar o melhor tratamento.
“Pesquisem, galera. A endometriose é muito comum entre as mulheres. Tem vários efeitos colaterais, em cada corpo de um jeito. Podem se estender até a bexiga e causar dores terríveis ao urinar. Existem vários tratamentos. O meu terá que ser cirurgia”, alertou Anitta no Twitter.
Não se sabe ainda quais são as causas exatas que levam o endométrio a crescer para regiões de fora do útero, porém estudos têm indicado que pode haver fatores genéticos relacionados ao problema. Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a endometriose afeta cerca de 10% das mulheres brasileiras, mais frequentemente nas idades de 25 a 35 anos.