O eterno galã comemora: “É um trabalho visceral, bonito e romântico. Estou muito feliz!”
Antonio Fagundes é figurinha carimbada nas tramas de Benedito Ruy Barbosa. A parceria, que começou em Renascer (1993), se repete em Velho Chico. Na segunda fase da trama das 9, o carioca empresta ao personagem, Afrânio, toda sua experiência com tramas rurais. “Espero repetir o sucesso dos trabalhos que fiz com o Benedito”, afirma o ator que, aos 66 anos, revela estar contente por continuar contando a saga de Afrânio, vivido por Rodrigo Santoro, na etapa anterior. E não é só no trabalho que Fagundes sorri de orelha a orelha. Na vida real, o carioca continua feliz da vida com a atriz Alexandra Martins, com quem tem uma relação de nove anos.
Benedito é meu irmão. Fizemos muitas coisas boas e importantes juntos. É um prazer trabalhar com ele. Espero que sempre lembre de mim pra fazer um papel, mesmo que seja um velhinho bruxo (risos).
Estamos torcendo para que seja um sucesso. Só sabemos que é um grande personagem quando a novela acaba. No começo é um papel normal, apesar de nada ser normal para o Luiz (Fernando Carvalho, diretor artístico) e Benedito. Velho Chico é um trabalho visceral, bonito e romântico. Estou muito feliz.
O tipo de novela com esse ambiente há muito tempo não aparecia no horário das 9. Foi uma bela lembrança passar a trama das 18h para o horário nobre. O público sente falta de uma produção não urbana, até porque você pode ousar no romantismo nessa temática. A gente sai da crueza dos males da realidade urbana.
A gente tem que falar mais do Brasil e seus problemas. Benedito tem sempre um olhar carinhoso sobre as mazelas e uma curiosidade nas novelas dele é não ter vilões. Existem pessoas que agem errado, mas não chegam a ser vilões no sentido mais forte da palavra como estamos habituados a ver. Se existem pessoas que se odeiam não é porque um é bom e outro é mau, mas porque são adversários. Eles pensam diferentes, mesmo vivendo num mesmo ambiente.
Estamos vivendo numa época de ódio e preconceito. As pessoas não são capazes de entender o outro. É muito ruim ter inimigos. Se as pessoas puderem somar e, ao pensar diferente, criarem um terceiro pensamento comum, seria ótimo. Na ficção, personagens que pensam diferentes são inimigos até a página 20, porque se eles sentassem para conversar isso tudo ia passar.
Sempre que olho para trás, vejo que sou um cara de muita sorte. Fiz coisas fascinantes e diferentes na TV, em todos os gêneros. Todos os personagens que fiz deram um resultado muito bom. Tenho um prazer grande em trabalhar e meu objetivo é acertar. O princípio do trabalho da gente é fazer sempre o melhor.
Não sou nem um pouco ciumento. Estou muito bem, graças a Deus. O ciúme deve machucar muito as pessoas.
Sim. Sou um analfabyte. Graças a Deus, estou cada vez mais desligado desse mundo.