Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, os “pais” de Babilônia, falam sobre sua nova e aguardada trama
“Não é a primeira vez que assino uma novela com mais dois
autores. Em outras, fui eu, Aguinaldo Silva e Leonor Basseres e sempre deu
certo”. Assim, Gilberto Braga resume a experiência de escrever com Ricardo
Linhares (eles já haviam dividido a autoria de Insensato Coração, de 2011) e
João Ximenes Braga a nova trama das 9, Babilônia. Ele ainda considera “um luxo”
o trio ter sete colaboradores. Na nova novela, que tem como tema a ambição –
tanto pelo lado negativo, quanto
positivo – a dupla de vilãs Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana
Esteves) e a heroína, Regina (Camila Pitanga), prometem grudar os olhares dos
telespectadores na tela. “São personagens muito fortes, defendidas por grandes
atrizes”, diz o autor, que tem ainda Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg
como um casal que está junto há mais de 30 anos. “A ambição está em todos os
personagens, mas tem também a corrupção política, com o núcleo do Aderbal
(Marcos Palmeira)”, avisa Gilberto.
EMOÇÃO E HUMOR
Já Ricardo, revela o que o espectador pode esperar de
Babilônia: “A trama central é o entrelaçamento da vida de três mulheres a
partir de um crime. Elas pertencem a classes socioeconômicas diferentes.
Beatriz é rica; Inês, classe média, e Regina, classe média baixa. Mas não
abrimos mão do romance e do humor. É possível abordar temas que levem o público
a refletir em casa e a debater com a família e no trabalho. Estamos fazendo um
melodrama urbano, contemporâneo!” A novela é ambientada no Leme, bairro da zona
sul carioca. Segundo os escritores, é um local que reúne todas as classes
sociais. “Todo mundo lembra logo do morro da Babilônia, mas não foi por causa
do lugar. O Leme tem a característica de aproximar as classes sociais em um
mesmo espaço”, conta João, que detalha como o trabalho é dividido. “A criação
de um capítulo passa por várias etapas e o início delas é a junção de história
que a gente faz numa reunião semanal. No final, a gente nem consegue lembrar
quem deu a sugestão. Essa troca é fundamental e muito rica para nós”, conclui o
novelista.