O rei do axé e do Carnaval baiano rasga elogios à esposa, Ana Marques, e aos filhos, Rafa e Pipo Marques, que seguem os passos dele na música
Ao olhar para trás e ver tudo o que conquistou e construiu, Bell Marques sente muito orgulho, sim! Afinal, foram mais de 30 anos à frente da banda Chiclete com Banana, arrastando multidões pelo país e incendiando os Carnavais. Hoje, aos 65 anos e há três em carreira solo, o cantor, compositor, guitarrista, empresário e produtor afirma: vive um ótimo momento! “Todos os meus eventos têm sido muito procurados. Isso é legal! Tenho feito vários shows e o resultado tem sido muito bom porque também tenho me empenhado bastante para isso acontecer”, declarou o ídolo de sucessos como Valeu, Amor; Minha Deusa / Cabelo de Chapinha; Vou Te Amar o Ano Inteiro, Eterno Enquanto Dure.
Com a agenda lotada, Bell promete um Carnaval ainda maior que o anterior. Tanto é que, já em clima de folia, levará ao Espaço das Américas, em São Paulo, dia 12/11, o 40 Carnavais do Camaleão. E promete agitar os foliões. “É um bloco fascinante que está comemorando 40 Carnavais. Faço parte de quase 30 deles, algo muito bacana, porque mostra que ajudei a construir todo esse projeto deles. Fico contente com isso”, revelou o artista, que adianta ter algumas outras surpresas por vir.
Mas tamanha correria é compensada quando ele está em cima dos palcos e dos trios elétricos, especialmente em Salvador (BA), outra grande paixão. “Me renovo todas as vezes que olho para o meu público”, confidencia Bell, que também rasga elogios à esposa e parceira de longa data. “A Aninha (Ana Marques) sempre foi uma pessoa perspicaz, inteligente, interessante. Sempre opinou muito forte dentro da minha vida e isso foi positivo para tudo que conquistei até hoje”, confessou o pai dos cantores Rafa e Pipo Marques, que também têm brilhado seguindo os passos do pai.
TITITI – O que lhe vem à mente ao olhar pelo retrovisor da vida?
Bell Marques – Orgulho! É fascinante olhar para trás e saber que tem uma história bonita, vencedora, amada e que levou tanta alegria para as pessoas. Isso me deixa muito feliz e orgulhoso de tudo que construí e da forma que fiz, trabalhando bastante, sem querer passar por cima de ninguém.
Desde 2014, você segue carreira solo. O que mudou no profissional e no pessoal?
Todo mundo achava que a última coisa a acontecer seria eu sair do Chiclete com Banana, até porque foi uma banda criada por mim, eternizada pelas minhas músicas, voz, arranjos. Mas chegou um momento em que queria mostrar novas coisas, partir para outros caminhos musicalmente. E, caramba, mudou muito! Dentro da performance musical, da história, dos planos e projetos, mudou bastante, tanto estruturalmente quanto musicalmente. Estou bem feliz hoje. Acho que foi interessante essa mudança, deu uma sacudida no mercado de uma forma geral. Pessoas que queriam tomar essa decisão de partir para a carreira solo acabaram aproveitando a minha deixa.
O Carnaval está quase aí. O que os fãs podem aguardar?
Ele já está (risos)! Neste ano tem os 40 Carnavais do Camaleão, um marco fascinante dentro da história do Carnaval da Bahia. Sempre foi um dos grandes blocos, levando momentos de alegria. Pretendemos fazer um Carnaval com repertório bem especial. Quero convidar várias pessoas. Faremos também um evento dia 18/1 no Teatro Castro Alves (na capital baiana) e toda a renda será revertida para o Hospital Aristides Maltez, aqui em Salvador. Esse show contará a história do Camaleão. Será um momento emocionante!
Como faz para aguentar o ritmo da agenda cheia?
(Risos) Sempre cantei muito, mas agora estou cantando muito mais. Meu Carnaval neste ano está maior que o do ano passado. O que me move é uma coisa chamada prazer.
E tenho um prazer enorme em cantar e olhar a felicidade nos olhos das pessoas. Isso me alimenta de uma forma impressionante. Me empenho e me doo a essas pessoas. Também tenho o privilégio de ter as cordas vocais fortes. Deus me deu essa possibilidade, então a utilizo de forma positiva.
Como é ver seus filhos, Rafa e Pipo Marques, trilhando o mesmo caminho na música?
No início, eu e a Aninha não queríamos que eles fossem artistas. Porque só quem é artista sabe o quanto sofremos por não estarmos presentes na vida de família, dos amigos. Não queria que eles passassem por isso, pois achava que era uma vida dura. Apesar de eu estar muito feliz, satisfeito e amar o que faço, quando envolve alguns pontos da vida que são extremamente importantes, você fica mais triste por isso. A vida de artista é essa coisa de viagem, sempre estar pra cima e pra baixo… Me cansava porque não conseguia estar perto o tempo todo da minha família como gostaria. Mas diante de tanto esforço que fiz para estar perto deles, os dois entenderam que tinham como compensar isso também. E disseram que queriam seguir a carreira, afinal de contas, estavam estudando para isso. Então, automaticamente, os apoiamos cem por cento. Hoje me sinto orgulhoso e feliz por eles! Continuam sendo bons filhos, amigos, irmãos. São trabalhadores demais, muito focados. Eles querem alcançar o que sempre sonharam.
A família consegue acompanhá-lo em algumas apresentações?
Aninha me acompanha muito em tudo que pode. Rafa e Pipo viajavam bastante comigo, mas hoje não tanto, pois quando vou para um lado, eles vão para o outro (risos).
Ela é bem companheira, não?
Muito! Obviamente, em toda essa história tive que contar com uma parceira equilibrada e que me ajudou bastante. Não me ajudou a cantar, mas a me preparar para que pudesse ter estrutura e sair. Ela tomou conta dos filhos, viajava comigo quando podia a fim de me apoiar nos momentos mais difíceis. Devo muita coisa da minha carreira e do meu sucesso à minha mulher.
Aliás, qual o segredo do sucesso para você?
Você nunca sabe quando faz sucesso, tudo depende da sua ótica. Ele não é palpável, você vai trabalhando e ele vai chegando. A coisa mais importante do sucesso é ter os pés no chão, pois o seu chão é a parte mais importante dele. Você ser simples, pra mim, é o grande sucesso.