Aos 29 anos, ela confessa que, pela primeira vez na vida, começou a sentir o desejo de ser mãe. E responsabiliza a Diana, sua complexa personagem em Sete Vidas, por essa novidade
Quem vê a adolescente Diana, de Sete Vidas, enfrentando o
drama de entregar a filha para a adoção, custa a acreditar que sua intérprete,
Bianca Comparato, tem 29 anos. O rosto e o corpo de menina ajudam a atriz a
abrir o leque de possibilidades na arte da atuação. “É muito bom pra mim, acho
que a minha vida de atriz se estende mais”, assume a carioca. Na entrevista a
seguir, Bianca fala sobre os dilemas de sua personagem, que despertaram o
desejo de ser mãe.
Diana é uma personagem com muitos conflitos e isso é bacana
demais para uma atriz, não é?
Claro! Ela vive um conflito rico, complexo e para uma atriz
isso é um prato cheio, porque tem muito drama envolvido. É uma menina de 17
anos, grávida, abandonada pelo namorado, sem horizontes e decidiu dar a filha
para a adoção. Mas, a verdade é que ela é realmente uma adolescente que se vê
com tudo a sua volta mudando muito rápido.
Você teve alguma fonte de inspiração para desenvolver melhor
os dramas da Diana?
Tive várias, uma delas é uma das histórias do filme do filho
do Gabriel Garcia Marques, o Rodrigo Garcia, chamado Destinos Ligados
(2009). Uma trama lembra muito a história da Diana. Uma menina que se apresenta
para um casal que quer ter filhos. Ela aparentemente pretende colocar o filho
para adoção, mas é tão áspera com a família que quer adotar, faz tantas
exigências, pede entrevistas… Então, ao mesmo tempo que ela quer muito
claramente se livrar de uma situação que a aflige, também existe um desejo
forte de carinho e de ter a consciência limpa de que naquele momento foi o
melhor que ela tinha para fazer.
A relação dela com a Irene (Malu Galli)
está melhorando…
Acho bem interessante esse jogo entre as personagens, até
pelo fato da Irene ser bem sucedida. Quando ela se confronta com a Diana, fica
miúda. A Diana sapateia na Irene, que, por sua vez, não sabe muito como se
comportar com essa menina. É tudo muito rico e envolvente.
Isso tudo te fez pensar na questão da maternidade?
Totalmente. Eu fiz o
filme Irmã Dulce (2014) e, por mais que ela seja uma freira, a
ligação dela com maternidade, crianças e filhos é muito grande. E tudo isso me
tocou muito, tanto que, pela primeira vez, pensei em ter filhos. Tenho 29 anos
e comecei a pensar em planejar a vida de uma forma diferente para ser
mãe.
E aí? A cegonha já vai chegar?
Calma, ainda estou começando a pensar (risos). Vamos
ver! Gravidez não é uma coisa que dê
para planejar tanto assim. Mas só de já estar aberta, com vontade e pensando no
assunto é um ótimo sinal.
Como é ter 29 anos e conseguir interpretar uma adolescente?
É muito bom pra mim, acho que a minha vida de atriz se
estende mais. E posso sempre usar a minha experiência para personagens que,
teoricamente, seriam feitos por um ator menos experiente. No Irmã Dulce,
também pude fazer dos 19 aos 40 anos, estou aproveitando até onde meu rosto
segurar… Depois que eu ficar grávida cai tudo (risos).
Sete Vidas já está chegando ao fim. Já tem outro plano para
a TV?
Tenho novidades, sim. Eu, que sempre fiz personagens muito,
muito dramáticas, que sugaram a alma e chegaram até a me tirar os cabelos (na
série Sessão de Terapia, dirigida por Selton Mello), estou envolvida num
projeto muito bacana, uma série de humor.
Conta tudo!!!
Não posso dar detalhes ainda. É uma comédia para o canal GNT
e que tem tudo para dar certo. Vai estrear no ano que vem e estou animada porque
é um lado meu que o público não conhece muito e que vou poder mostrar: o humor.