A loira chegou às paradas de sucesso inspirando-se em estrelas como Paula Fernandes e mostra que veio para ficar
Chamada carinhosamente de “a bruta do sertanejo”, a cantora Bruna Viola virou destaque nacional ao revelar sua paixão pela viola, instrumento que domina, e por música raiz.
Aos 23 anos, a estrela, uma das caras da nova geração de mulheres que cantam este universo, sonhava ser veterinária. Mas o amor pela música falou mais alto.
Hoje, os fãs, chamados de “brutaiada”, seguem a loira por onde ela vai. Em entrevista exclusiva à TITITI, a dona de sucessos como Você Não Sabe, Melodias do Sertão e Flor Matogrossense falou sobre o começo de carreira, família e muito mais!
TITITI – Desde pequena gosta de canções sertanejas?
Bruna Viola – Sim. Nasci em Cuiabá (MT) e fui criada lá, sempre no meio rural. Desde criança, frequentava a fazenda do meu avô e ficava no meio sertanejo, dos peões. Minha infância foi totalmente voltada ao meio rural, mais simples e mais rústico. Sempre ouvindo os “modões”.
O que aprendeu com seus pais (Ana Mara e Rogério Campos)?
Trago para minha vida tudo o que aprendi com eles. Sobretudo a ter os pés no chão e humildade sempre. Também correr atrás dos sonhos e trabalhar honestamente. Carrego isso comigo, pois são pessoas batalhadoras. Agradeço a Deus pelos pais que me deu. Sem eles não estaria onde estou.
Tem alguma saudade da infância ou adolescência?
Saudade a gente tem sempre, com certeza. Apesar de ter começado a trabalhar cedo tocando em barzinhos, tive a oportunidade de brincar na rua, correr, andar a cavalo, tomar banho de rio…
Quais eram seus ídolos?
Cresci ouvindo música sertaneja de raiz e me apaixonei. Tenho muitos ídolos: Tonico & Tinoco, Milionário & José Rico, Tião Carreiro & Pardinho (ela tem uma tatuagem do Tião Carreiro), Inezita Barroso, Chitãozinho & Xororó…
De que maneira a música surgiu na sua vida?
É uma herança que carrego no sangue, dos meus avós maternos… Eles são músicos. Comecei a tocar violão aos 10 anos e foi meu avô que me ensinou os primeiros acordes. Por sempre gostar de canções sertanejas e de raiz, tive vontade de aprender a tocar viola. Meu primeiro contato com o instrumento foi aos 11 anos e tirava de ouvido as melodias de que mais gostava. É um dom que Deus me deu.
O que mais curte no campo?
Gosto de tudo, de mexer com cavalo e boi, da roça, de plantar, pescar. Sou apaixonada pela vida rural em geral.
Diante dessa paixão por bichos, como foi ter que decidir seguir a carreira de cantora e não de veterinária?
Não foi fácil optar, mas estava num momento em que já trabalhava com música, ganhando um dinheirinho. Então, decidi por ela. Se fosse continuar na faculdade, demoraria para me formar e começar na carreira. Hoje sou realizada estando na música e tendo meus bichos.
Então, chegou a fazer faculdade…
Fiz dois anos mais ou menos e, se Deus permitir, um dia termino medicina veterinária.
Quem é a Bruna quando está em casa?
Gosto de ir para a academia, sair com amigos, assistir a séries, tomar tereré (bebida gelada feita com mate). Sou mais sossegada, gosto de fazer churrasco com os amigos, andar a cavalo.
Está solteira, casada…
Solteira… (risos). Quais qualidades é preciso ter para conquistar seu coração?
Humildade em primeiro lugar. E a pessoa deve ter a mesma educação que recebi em casa, os mesmos princípios.
Gosta de cozinhar?
Não gosto, não, mas se precisar fazer algo eu faço. Adoro pintado ao azeite e picanha na manteiga.
Como vê o empoderamento feminino no mundo country?
Acho muito bacana a mulherada estar crescendo a cada dia no mercado sertanejo, né? As portas estão se abrindo bastante, graças a Deus.
Já sofreu algum preconceito por ser mulher?
Nunca, mas há alguns anos sofri por trazer a música caipira comigo. Produtoras e empresários falavam que não ia dar certo, que tinha que cantar o sertanejo universitário, que não podia usar bota, chapéu… Mas venci e estou vencendo, graças a Deus.
Acha que daqui pra frente os homens vão ver as mulheres de um modo diferente?
Já estão vendo, não só no meio sertanejo, mas em todas as áreas. A gente está crescendo, nos impondo, buscando nosso espaço e isso tudo tendo o apoio de homens. As duplas masculinas e os cantores, por exemplo, estão nos apoiando, fazendo músicas juntos, gravando. Acho que nosso espaço já está bem determinado.
Qual cantora brasileira acha que é o símbolo desse engajamento?
Ah, a Paula Fernandes foi quem abriu as portas para a mulherada. Depois de muitos anos com Inezita Barroso, Sula Miranda, As Galvão, entre outros nomes, acho que a Paula foi quem deu o início e fez com que a mídia abrisse os olhos para a mulherada da música sertaneja.
Pensa em trajetória internacional?
Ano passado fiz a primeira turnê, nos EUA, onde fui recebida de braços abertos pelo público. Foram seis apresentações com casas cheias, fiquei bastante emocionada. Se Deus quiser, faremos outros shows pelo mundo afora.
É religiosa? Como lida com a fé e no que acredita?
Sou católica, devota de Nossa Senhora Aparecida. Estou sempre rezando, agradecendo, Deus em primeiro lugar. Segura na mão dele e vai… (risos).
O que sonha para este ano?
Fazer muitos shows. E tenho duas músicas novas para lançar. Vamos subindo um degrauzinho de cada vez.