Mesmo sendo um dos grandes astros da Globo, ele não escolhe personagem e só quer fazer bons papéis
Murilo é um cafetão moderno, que lança mão da tecnologia
para ganhar o que realmente lhe importa: grana. Mas o personagem de Bruno
Gagliasso em Babilônia também tem um lado romântico. Prato cheio para o ator,
que adora desafios. “Murilo vai acabar se apaixonando de verdade pela Alice (Sophie
Charlotte). Vai ser um grande conflito interno para ele”, conta o galã, de 32
anos, que se revela um operário da arte: “Quero trabalhar. Não escolho papel,
quero bons personagens. Essa novela foi irrecusável, o Murilo é maravilhoso”.
Mesmo emendando um trabalho no outro, o ator não perde o foco no desejo que
acalenta há mais de um ano com a sua
mulher, Giovanna Ewbank: terem um filho. “Já convenci a Giovanna.
Estamos treinando”, brinca ele, que completou, em março, cinco anos de casado
com a atriz.
É incômodo lidar com um tema pesado como a prostituição?
Prostituição é um
fato. É só abrir os jornais que os anúncios estão lá, diariamente. Há quem me
pergunte se fiz alguma pesquisa especial para construir o Murilo. Não preciso
cheirar cocaína para fazer um drogado ou me internar num hospício para fazer um
maluco. Basta estudar. No caso da prostituição, a maior pesquisa é estar ligado
no que está acontecendo aqui e agora.
Depois da internet então, não dá para camuflar, não é mesmo?
É. Ele tem um site. O Murilo é altamente profissional. Nada
amador. A prostituição faz parte do nosso cotidiano. Está viva. Não tenho que
julgar ninguém. Não sou moralista. O corpo é da pessoa e ela faz o que bem
entender dele. Não sou contra a prostituição. Sou radicalmente contra a
exploração sexual, que é um crime.
A relação com a Alice vai abalar as estruturas do Murilo?
Ele quer prostituir a Alice. Mas os dois vão ter um
envolvimento. Estamos muito no começo, mas eles vão se apaixonar.
Será uma relação bem delicada…
Sim. Só no Brasil cafetão se apaixona pela mulher que ele prostitui
e traficante cheira, vira viciado (risos). Isso provoca um conflito, porque ao
mesmo tempo em que precisa da Alice para ganhar dinheiro, ele está apaixonado
por ela.
Já o irmão adotivo, Vinícius (Thiago Fragoso), Murilo odeia.
O Murilo é muito complicado. Ele não tem caráter. O Vinícius
é o certinho. É o filho da empregada, que foi adotado e o Murilo não aceita
dividir a herança do pai com ele. É um conflito muito bacana. O Vinícius
trabalha com Justiça. E o Murilo é um contraventor.
Dá para estabelecer um paralelo entre o Edu, de Dupla
Identidade, e o seu personagem atual?
A única coisa que eles têm em comum é o poder de sedução.
Quantas pessoas amorais existem? Não tem só um tipo de mocinho. O Murilo é
piranha. Nunca vai ser um mocinho. O Edu é um psicopata, é o extremo da
maldade. O Murilo é contraventor, não mata ninguém. Dá para brincar com isso. É
possível colocar uma pitada de humor. Com o Edu não há essa possibilidade.
Como você vai conciliar o final de Babilônia com o início da
segunda fase de Dupla Identidade?
Como fiz agora. Comecei a gravar Babilônia dia 15 de
fevereiro e a galera já estava na ralação desde novembro. Glória Perez falou que a série volta a ser
gravada em fevereiro de 2016. A novela vai até outubro. Terei quatro meses até
lá para descansar e curtir minha mulher, programar o bebê (risos)… Já
convenci a Giovanna. Estamos treinando (risos).