Mais maduro, o ator que interpreta Dom Pedro na trama, revela ter tido dificuldade de se aceitar como ator
Duzentos anos separam Caio Castro de Dom Pedro, seu personagem em Novo Mundo. Mas a diferença de tempo foi só um detalhe para a composição do ator para encarnar o imperador do Brasil. Em seu primeiro trabalho de época, o paulista buscou inspirações próprias e preferiu não assistir outros trabalhos de colegas que interpretaram Dom Pedro. O gato quis construir seu próprio Pedro e pesquisou apenas relatos históricos. “Cheguei aqui sabendo mais sobre ele do que o próprio Pedro (risos)”, brinca o astro.
A maior preocupação de Caio, ao aceitar o convite para encarar um português, foi adotar o sotaque. Para isso, além das aulas de prosódia, ele embarcou para Portugal e ficou oito dias conhecendo melhor a cultura dos colonizadores de nosso país.
A caracterização perfeita é outro triunfo. A semelhança de Caio com Pedro foi logo notada pelas pessoas, antes mesmo de ele começar a gravar a novela. “Fui comprar comida para o meu gato e a atendente disse que eu estava parecido com Dom Pedro. Fiquei muito feliz com a observação, porque a aparência dá muita segurança ao ator”, enfatiza Caio, que teve facilidade na composição por conta do figurino e da caracterização.
Mulherengo assumido
Caio gosta de definir o sucesso de Pedro com as mulheres pelo personagem ser um macho alfa. “É um bicho tarado. Ele gosta do jogo da sedução. Curte também o poder que ele tem, por ser príncipe. Pedro age por instinto, um verdadeiro macho alfa”, conta o gato, que vive uma situação semelhante na vida real. Mas o rapaz é modesto quando o assunto é mulher e jura que sofre preconceito por conta de sua fama de pegador: “As pessoas falam demais. As coisas não são como afirmam por aí. Eu até gostaria que fossem (risos). Sem dúvida, minha profissão me dá oportunidades que não teria se eu tivesse outro ofício!”
Mais maduro
Aos 28 anos, Caio afirma não ter se acostumado até hoje com a fama. E avisa que não curte ser tratado de forma diferenciada no dia a dia. “Minha criação foi outra. Estranho ser tratado como me tratam, acham que sou diferente. Isso não faz sentido”, afirma o ator, que já trabalhou como mecânico durante uma viagem, em 2012. A experiência serviu para ele se encontrar como ator e crescer como homem. “Até Fina Estampa (2011), eu tinha pouco tempo pra mim. Só vivia para o trabalho. Não consegui mais produzir. Chegava atrasado, não lia o roteiro… Não aguentava mais ser o Caio Castro, nem dar atenção às pessoas. Eu era um perdido. Aí viajei e repensei a minha vida. Voltei encarando a profissão com outros olhos. Com amor as coisas progridem. Hoje, tomo as rédeas do meu ofício”, conclui.