… focinho da outra. Maria Eduarda de Carvalho confessa que se identifica totalmente com a ironia, o humor ácido e a autencidade da Laila, sua personagem em Sete Vidas, que está chegando ao fim
Laila foi o anjo exterminador de Sete Vidas. Bastava uma reunião de família para a DJ abrir sua torneirinha de sinceridade e despejar verdades secretas em cima de todos. Para Maria Eduarda de Carvalho lidar com toda essa intensidade da Laila não foi um problema. Muito pelo contrário, já que ela se identifica com sua personagem. “Ela é uma pessoa muito autêntica e, nesse sentido, me identifico. Laila tem um humor ácido, é muito irônica e eu também tenho isso (risos)”, confessa a atriz, de 33 anos, que está com um nó na garganta por se despedir da novela. “Estou super emocionada porque foi um trabalho tão bonito, um texto lindo!”, comenta ela, que faz balanço sobre sua participação na trama de Lícia Manzo.
Como a sexy Vanessa, de Em Família (2014) – Foto: Paulo Belote/Rede Globo
Você achou uma família com história parecida com a da Laila. Como foi esse encontro?
Foi incrível! Na verdade, uma amiga minha, tinha uma amiga, a Ana Lúcia, com uma historia muito parecida com a da Laila e do Luís (Thiago Rodrigues). Ela queria muito engravidar e foi com a companheira dela em busca disso, através de um banco de esperma. Como aconteceu com as mães de nossos personagens. Na novela, só a Esther (Regina Duarte) engravidou, mas, na vida real, a Ana Lúcia e a ex-esposa dela, cada uma teve uma gravidez. Eu encontrei com os filhos delas, um casal, e conversamos bastante. Eles tinham muita vontade de conhecer o Projac, são fãs de Malhação e passamos uma tarde juntos lá. Foi bárbaro!
Atirada, Laila deu um beijaço em Vicente (Ângelo Antônio), marido da mãe de umde seus meio-irmãos – Foto: Alex Carvalho/Rede Globo
Você acha importante falar dessas novas famílias na TV?
Foi ótimo a novela mostrar mais uma configuração familiar. Que é como é a minha e como qualquer outra.
O Luís e a Laila sofreram preconceito por terem sido criados por duas mulheres…
Engraçado, a família com quem eu conversei não teve nenhum caso de bullying. Eles são superbem relacionados. Na novela, a Laila partiu para o enfrentamento, já o Luís não. E ficou esse ressentimento entre eles. Os dois sofreram muito, mas a questão é que ela enfrentou o preconceito e o outro se recolheu.
Você acha que toparia fazer uma produção independente?
Não sei, teria que pensar. Ser mãe sempre fez parte do meu planejamento de vida. E tive a sorte de encontrar alguém com quem eu concretizei esse projeto (o cineasta Snir Wine, com que teve a filha, Luiza, de quatro anos). Realmente não sei como seria se eu não tivesse conhecido o Snir.
Com a filha, Luiza, de quatro aninhos. Amor incondicional! – Foto: Reprodução/Instagram
Como foi atuar em uma novela mais curta (106 capítulos)?
Gostei muito dessa ideia porque guarda um frescor na trama. Às vezes, o autor precisa se arrastar um pouco por conta do compromisso de fazer uma novela maior. Para o ator também é bom, a gente se concentra mais, se desgasta fisicamente menos e rende mais energia para o trabalho.
Que balanço faz de Sete Vidas?
Sou suspeita. É o meu terceiro trabalho com a Lícia Manzo e o terceiro com o Jayme Monjardim também. Sou devota dos textos da Lícia, ela escreve sobre o universo humano como poucos. Fala das nossas vicissitudes, das nossas maiores qualidades e piores defeitos como ninguém. E o Jayme é um diretor fantástico. Estou superemocionada.