Apesar de interpretar a cômica Dinorah, de A Regra do Jogo, a atriz confessa o desejo de fazer um drama na TV
Impossível assistir a novela A Regra do Jogo, na Globo, e não dar boas gargalhadas com Carla Cristina Cardoso, na pele da Dinorah, a folgada empregada de Feliciano (Marcos Caruso). A reação do espectador se repete quando ela surge como Gislene, a ex-mulher de Jefinho (Rodrigo Santana), que é chegada num barraco, no humorístico Os Suburbanos, que terá a segunda temporada no Multishow.
Um pouco… Nós adoramos cuidar de alguém. E não damos confiança para certas energias negativas (risos).
Não ligo pra isso. Tem coisas que precisamos dividir, balancear, segurar, pensar. Não é com tudo que podemos explodir. Não sou santa, mas também não sou de explodir.
Totalmente. Minha mãe, morta há seis anos, foi doméstica e governanta. E, mesmo como governanta continuava cozinhando, porque era uma cozinheira de mão cheia, botava mesa, enfim, fazia tudo do bom e do melhor. E ela tinha tudo da Dinorah. Era bem-humorada, era muito feliz e não dava confiança para os abusos de patroas, não. Iracema era o humor em pessoa.
Para não ficarem desempregados, os atores têm que correr para todos os veículos. E o teatro serve como vitrine para os produtores de elenco assistirem e chamarem para novas produções na TV. No teatro, tem muita gente trabalhando com bilheteria, que é o seguinte: pinga, mas não falta. Mas já fiz vários espetáculos sem patrocínio, como acontece no momento com o musical Favela. É uma peça de amigos. Amamos o texto e fazemos o espetáculo por amor, e, sem querer, já é sucesso há três anos.
As atitudes podem ser parecidas, mas a Gislene é uma típica “neim” carioca, com todos os seus atributos de barraco. Não é o caso da Dinorah.
Eu estudo libras, a língua dos sinais, há dois anos. Daí surgiu a vontade de fazer uma surda-muda. E uma prostituta, das bem caquéticas, uma presidiária… Enfim, é importante se exercitar em papéis diferentes. Nós, que somos de teatro, temos vontade de virar um monte de gente.