Para interpretar Iolanda, jovem moderna que se apaixona por Afrânio (Rodrigo Santoro), a carioca emprestou sua voz para encarnar a cantora e ainda teve aula de prosódia para adotar o sotaque nordestino
O primeiro capítulo de Velho Chico causou repercussão não apenas pela beleza cênica da obra ou o conflito do Coronel Jacinto (Tarcísio Meira) com o Capitão Rosa (Rodrigo Lombardi). A nudez de Carol Castro ganhou as redes sociais por sua interpretação intensa e também chamou atenção pelos seios à mostra.
Iolanda tem um temperamento forte, mas, ao mesmo tempo, é dona de uma força romântica. Ela tem uma delicadeza, uma sutileza e muita atitude. E representa a efervescência cultural da época da Tropicália, no final dos anos 60. O romance dela com Afrânio é muito forte.
Ela tem uma intuição aguçada. Sabe ler a mão e lida com o destino de uma maneira diferente. Isso vai ser crucial para que a história seja levada para a segunda fase. Justamente por ela acreditar que esse amor sobreviva a qualquer tempo ou obstáculo. Caso contrário, teria desistido, mas ela nunca abdicou desse amor. No fundo, sabe que eles irão se reencontrar.
Toda mulher tem. Gosto de estar atenta aos sinais. A vida sempre nos dá muito indícios, que passam despercebidos. Sempre fico alerta ao que está acontecendo à minha volta. Acredito que a vida indica o melhor caminho a seguir. Até porque fazemos escolhas e temos que escolher bem.
Eu me considero mais moderna, mas tenho as minhas tradições. O importante é ter equilíbrio. Sempre busco isso na vida.
Foi muito interessante. A gente se preparou no galpão que o Luiz (Fernando Carvalho, diretor artístico) planejou. De segunda a sexta-feira, numa média de seis a oito horas por dia. Era um trabalho com todo o elenco, junto com a equipe de preparação, como prosódia e voz. Foi muito importante essa troca e essa sinergia. Eu estou muito feliz porque sempre sonhei em fazer uma novela do Benedito (Ruy Barbosa, autor), porque cresci assistindo às tramas dele. Sem falar no trabalho do Luiz Fernando Carvalho. Trabalhar com ele é como dançar com o invisível. Ele vai te guiando através das cenas. A gente está trabalhando com a poesia em forma de imagem.
Participei do musical Nine, no ano passado, e fiz as aulas para a novela. Eu acredito no canto e na dança como complemento para o ator. No exterior isso é tão comum, aqui no Brasil é que tem essa separação. Eu sempre gostei do universo musical.
É uma grande honra. A gente tem que mostrar o que existe muito além do Sudeste. Fiz Amor Eterno Amor (2012), que era ambientada no Norte, e foi muito bom. Fiquei duas semanas no Pará. Tenho muito carinho pela região Nordeste. Minha mãe (Cecília Castello Branco) nasceu no Recife (Pernambuco). Já fiz Dona Flor no teatro. A gente precisa de dar voz a esse povo e chamar atenção para a natureza que está acabando. A novela retrata tudo isso e mais um pouco.