A atriz confessa que tem muito em comum com a ousada Tamara, de Haja Coração, mas que, agora, elabora melhor seus sentimentos
Tamara é atrevida e apronta todas em Haja Coração. Cleo Pires assume que esse lado inconsequente da personagem, já fez parte da sua vida também. “Ela sou eu ontem (risos)”, diverte-se a carioca. Aos 33 anos, Cleo – que também está no ar na série Supermax e brilhou no filme Mais Forte Que o Mundo – A História de José Aldo – comenta seu retorno às novelas, revela como agiria numa disputa pelo amor de um homem e confessa que não gosta de ser comparada à mãe, Gloria Pires. Confira!
Estava com saudade dessa rotina de gravação de uma novela?
Estava, sabia? Eu achava que não. Ficar nove meses nesse ritmo… Mas aí venho pra cá e é uma delícia. Fico todo o tempo feliz fazendo isso (risos). Não sou de emendar trabalho. Gosto de ter um tempo para me reconectar, me encontrar de novo e me inspirar em outras coisas.
O autor Daniel Ortiz revelou que a Tamara foi feita especialmente para você. Como se sente?
Eu pirei quando ele me disse… É emocionante saber que um cara talentoso como o Daniel escreveu pensando em mim. Que se inspirou em mim como artista para fazer a arte dele. E confiou também na minha arte! É muito lindo!
Em 22 anos de carreira, acha que conseguiu se distanciar da figura icônica que é sua mãe?
Sou bastante orgulhosa. Não gosto de ser comparada a ninguém. Nenhum artista gosta. A comparação te dá a sensação de perda de mérito, de personalidade, de propriedade. Nunca senti isso, sempre penso em trazer a minha energia para as coisas que eu faço. A minha personalidade é muito forte. Gosto de fazer as coisas do meu jeito.
Além do gênio forte, no que mais a Tamara se parece com você?
Me identifico com a angústia dela em lidar com as próprias emoções. Tamara não se preocupa em elaborar muito isso e põe tudo pra fora nesse lance de ser viciada em adrenalina, nos esportes radicais.
Você é a Tamara?
Não exatamente (risos). Eu elaboro meus sentimentos. Gosto de me aprofundar e me conhecer. Entendo que, às vezes, é uma corrida na Lagoa, no Rio, que vai aliviar o que estou sentido e às vezes não é. Nem sempre é na endorfina e na adrenalina que você encontra a resposta para as coisas. No fim das contas tem que se aprofundar mesmo e entender quem você é.
E já conseguiu se entender?
Às vezes sim, às vezes não… Até agora sim, mas não sei como será daqui pra frente.
Como vocês são parecidas, é mais desafiador convencer o público de que você não é ela?
Não tenho a intenção de convencer o público de nada. Quero emocionar e fazer as pessoas se envolverem. E isso independe de a personagem ser parecida comigo ou não.
Numa situação de disputa pelo homem amado, você corre atrás ou tira o time de campo?
Eu sou bem estratégica. Se quero uma coisa, sei a hora de me reagrupar com o meu exército e encontrar a hora de atacar (risos). E nem sempre atacar é ser agressivo, então, acho que sou boa de estratégia. Não desisto fácil não.
E esse ar misterioso que você carrega, é algo proposital?
Não é uma coisa consciente. Nos mapas astrais que eu faço, na numerologia… Sempre tem esse dado do mistério, do interesse pelas profundezas, pelo oculto… Então talvez isso tenha relação com uma certa energia que eu passe.