1- Em seu livro ‘Capital Natural’ (ed. Alaúde), o sr. fala sobre a quantidade de água necessária para produzir cada produto. Diz que a Levi’s reduziu a pegada de água na produção de jeans em 30%. Há outros bons exemplos?
No Brasil, a Kimberly-Clark. Para compensar a pegada hídrica da construção de uma fábrica em Mogi das Cruzes (SP), a companhia trabalhou com a TNC e restaurou florestas localizadas na bacia hidrográfi ca do Alto Tietê que faz o fornecimento de água para a empresa.
2- É preciso mudar a mentalidade de quem usa a água, para qual fim e quanto paga por esse privilégio. Estamos perto disso?
A indústria ainda não chegou tão longe quanto poderia na incorporação do custo da água no modelo de negócio dela. Mas o Water Risk Monetizer, lançado em 2014, é uma ferramenta que vai ajudar nesse cálculo. Ao quantificar os riscos relacionados com a água, em termos fi nanceiros, as empresas vão querer diminuir a pegada hídrica e proteger esse recurso natural.
3- O que são os Fundos de Água?
São fundos de investimento que apoiam a conservação de fl orestas e a recuperação do solo degradado próximo à bacias hidrográfi cas. Exemplo: em Cauca Valley, na Colômbia, os agricultores de canade-açúcar têm água limpa. Mas veem com bons olhos medidas de manejo para evitar um eventual estresse hídrico, que reduziria 9% de seus faturamentos. É um ganha-ganha: eles têm incentivo para proteger seus negócios ao mesmo tempo em que preservam a natureza.