Pai dos gêmeos David e Arthur, o astro se joga de cabeça no universo infantil na novela As Aventuras de Poliana, do SBT
A chegada dos filhos David e Arthur, trouxe a Dalton Vigh a descoberta das dores – sobretudo nas costas! – e das infinitas delícias da paternidade. Os meninos, de 1 ano, fruto do casamento dele com a atriz Camila Czerkes, chegaram em um momento oportuno. Após 20 anos, o ator retorna ao SBT para reforçar o time da próxima trama infantil da emissora, As Aventuras de Poliana, que estreará em maio.
“Além dos meninos aqui em casa, também estou lidando com as crianças que trabalham na novela”, conta o astro, radiante em retornar à casa na qual atuou em sucessos como Os Ossos do Barão (1997) e Pérola Negra (1998).
No atual folhetim, uma adaptação de Iris Abravanel para o romance Pollyana, de Eleanor H. Porter, Dalton será Otto, um homem amargurado, que deixará o público em dúvida sobre seu caráter.
“O vilão te dá mais liberdade e isso é prazeroso. Ele pode, numa hora, ter atitudes suspeitas, ser louco, e em outras até mesmo se pegar questionando o comportamento e sentimentos, como é o caso do meu próximo personagem, que não tem um lado, tem vários”, pondera.
Quando o assunto é vilania, o intérprete entende bem. Afinal, como esquecer seus charmosos antagonistas? Houve até quem torcesse para que Said ficasse com Jade (Giovanna Antonelli) em O Clone (2001). E também quem suspirasse pelo mau-caráter Marconi Ferraço de Duas Caras (2007). Contudo, foi como o Clóvis, de O Profeta (2006), que meteu medo na galera e faturou diversos prêmios.
Além das maldades que fará em breve na telinha, Dalton aprontará na telona. Ele poderá ser visto em Nada a Perder, cinebiografia do bispo Edir Macedo, como um juiz que será pedra no sapato do fundador da Igreja Universal.
“Sempre que aceito um trabalho, o que pesa são as histórias a serem contadas e os personagens. Nesse caso, achei o tipo interessante num roteiro muito bem escrito”.
TITITI – Você começou na carreira de ator aos 30, em Tocaia Grande (1995). Por que demorou a seguir sua vocação?
Dalton Vigh – Sempre fui fascinado pela interpretação, mas não acreditava que daria certo. Ser ator estava distante da minha realidade, por isso fui estudar publicidade e propaganda. Porém, depois de formado, vi que não era o que realmente queria. Então, fui estudar teatro mais como desencargo de consciência e ainda na escola começaram a pintar comerciais, convites para peças, novelas. E estamos até hoje aí!
Depois de 20 anos, você retorna ao SBT. Qual é o sentimento quanto a isso?
Ah, lá fiz Pérola Negra, por exemplo, uma novela que gostei muito e até hoje o pessoal lembra e comenta. Sobre o SBT, lá tem um astral acolhedor, bem família, muito agradável de trabalhar. Estava com saudades também. Nas outras oportunidades, fiz amigos e guardo na memória boas lembranças daqueles tempos.
Pode adiantar um pouco o sobre Otto, de As Aventuras de Poliana?
É um homem que foi abandonado pela esposa após a morte da filha, tornado-se solitário. Mesmo tido como vilão, tem um lado bom que pode fazê-lo ter chances de se regenerar. Além dessa personalidade, ele é dono de uma empresa de games e quer mudar o mundo através da tecnologia.
O folhetim é inspirado em um clássico da literatura infantil. Quais histórias mais o marcaram quando criança?
Ah, Viagem ao Centro da Terra, de Júlio Verne, e O Último dos Moicanos (de James Fenimore Cooper). Também marcaram o filme Planeta dos Macacos (1968), o original com Charlton Heston, clássico do cinema. E novela, Pecado Capital (1975), a primeira versão.
A paternidade o tornou outro cara?
Olha, transformou minha forma de enxergar a vida, sim, além da postura e de aprender a ser mais paciente. Agora, também aumentou as dores nas costas (gargalhadas).
Ainda é muito assediado pela mulherada?
Não percebo. Se rola é uma coisa muito sutil. Ninguém costuma dar cantadas, não.
A vida é realmente melhor depois dos 50?
Por um lado sim, por outro, não (risos). A parte física não é mais a mesma coisa, mas não posso reclamar. Estou bem disposto, tenho saúde e ainda dá para fazer praticamente tudo que fazia quando era jovem. Agora, vamos
ver como vai ser daqui para frente.
Considera-se vaidoso?
O tempo que fico na frente do espelho é o de escovar os dentes, pentear os cabelos e ajeitar a roupa. Me preocupo em estar apenas apresentável e bem vestido.