O apresentador e o elenco do programa receberam nossa reportagem. Contamos tudo aqui pra você!
Fazer as pessoas rirem e pensar em assuntos polêmicos é uma marca registrada de Danilo Gentili, o comandante e humorista do The Noite, do SBT. Em 22 de março, TITITI conferiu de pertinho os bastidores da produção dirigida por João Mesquita, e que ainda conta com um grande elenco: o jornalista Diguinho Coruja, a assistente de palco Juliana Oliveira, os comediantes Léo Lins e Murilo Couto, e a banda Ultraje a Rigor.
A plateia de 160 pessoas, geralmente universitários, é trazida por caravanistas. Todos encaminhados pelo departamento gerenciado pelo diretor Gonçalo Roque, eternizado como assistente de palco de Silvio Santos. No dia de nossa visita, ela estava lotada de estudantes de Joinville (SC). Na hora da gravação, os fãs vão à loucura com a entrada de Gentili, e morrem de rir com a tiradas de Diguinho. Sem dizer as brincadeiras com Roger e sua turma, do grupo nascido nos anos 80.
A atração, que no mês passado completou três anos, teve quadros renovados, como o Escolinha do Professor Pauzudo, com o ator pornô Kid Bengala. E o Leite Show, Mestre Mandou e Osasco Connection seguem fazendo enorme sucesso.
No dia de nosso bate-papo, Danilo entrevistou o jornalista Boris Casoy, da RedeTV!, a cantora Valesca Popozuda, o youtuber Christian Figueiredo e o grupo Raça Negra. Entre uma conversa e outra, e as brincadeiras – algumas já combinadas com as estrelas e outras não –, o apresentador está sempre com o celular em mãos. “Aproveito o tempo e faço notas para a edição do programa”, contou ele.
As gravações, que acontecem sempre às quartas e quintas, duram o dia inteiro. E mesmo concentrado, Danilo, claro, almoça rapidinho, geralmente, às 16h, em seu camarim, no SBT. A propósito, o local mais parece coração de mãe, pois é abarrotado de gente. “Tenho certeza de que o Danilo gostaria de uma sala só pra ele”, brinca Juliana sobre todos do elenco usarem o mesmo espaço na emissora.
“É muito gostoso e doido trabalhar no The Noite. Principalmente, porque ninguém respeita o Gentili (risos). Até acho que ele não gosta da gente…”, dispara a assistente, que está sempre tirando um sarro de alguém ou alguma coisa.
Porém, Diguinho revelou que a equipe é bem unida e ficou feliz quando foi procurado pelo animador para fazer parte dela, já que trabalhava como locutor de rádio há 19 anos. Nessa trajetória, conquistou, inclusive, dois troféus APCA.
Coruja foi além: “Gostou desse estilo de Late Night (programa de variedades norte-
americano), acho único e o Danilo e a turma levam tudo bastante a sério. É bem diferente do que eu fazia na rádio. Lá ficava sozinho, de madrugada, conversando cerca de três horas sem música… Aqui tem uma turma, uma vestimenta…”
E com essa galera afinada, claro, escapam alguns palavrões pelo meio do caminho. Mas, para isso, foi criado o Pote do Castigo e a cada palavra “indelicada” é depositado R$ 20 nele. Na hora, o dinheiro colocado no vidro é cênico, mas sempre computado pela produção, porque quando chegar o Teleton, apresentado por Silvio Santos em prol da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), todo o valor é doado para a campanha. No dia em que invadimos os bastidores de Gentili, as gravações foram até as 22 horas.
Só que, mesmo cansado, o astro ainda bateu um papo delicioso e, claro, animadíssimo com a gente. Veja só!
TITITI – Audiência é importante para você? Fica de olho na medição?
Danilo Gentili – Sim, porque me cobram resultado. Mas nada do que a gente faz aqui é pensando se dará audiência, porque aí não dá retorno. É estranho, mas quando ficamos mentalizando em dar audiência é, justamente, quando ela não acontece. The Noite é algo que gostaríamos de assistir na TV.
Como é o processo criativo do programa? Você participa de tudo?
Sim, desde o convidado que vai vir até sugestões, roteiros, piadas, ações… vou atrás das câmeras e vejo se está tudo certo, os figurinos, a produção…
Quando a Inês Brasil tirou a roupa e você também (em 15/3), rendeu muito bafafá, não é mesmo?
Fiquei refém dela naquele dia, pois não sabia que ela iria tirar a roupa… Não estava combinado. Inês Brasil é comentarista do Osasco Connection, que tem um link direto da Praia Grande (SP) com o nosso correspondente intermunicipal… Enfim, a gente queria que ela participasse, e a logística do dia foi feita em cima da entrevista dela e do quadro. Só que chegou aqui dizendo que não ia fazer mais o Connection. E duas horas de conversas depois, uma coisa insana, topei fazer o que ela quisesse. E quando ela propôs (ficarem nus no palco) eu fiz (gargalhadas)! Ela acabou ficando surpresa também que tirei a roupa.
Você estava de tapa-sexo?
Tinha um pequeno, mas não precisava ser muito grande, mesmo (risos).
De onde surgiram os apelidos Palmito e Barnabé de Santo André?
O último foi o Marcelo Tas que me deu quando apresentava as minhas matérias no CQC, na Band (2008 a 2010). E Palmito veio de algum idiota daqui (risos)…
Quando percebeu que fazia as pessoas se divertirem com o que fala?
Nunca percebi, na verdade gosto de fazer humor. Fui tentando fazer coisas de que público gostava, stand-up, talk show… e aqui, muitas coisas vêm do roteiro. Hoje são seis roteiristas no programa, mais o pessoal da pesquisa.
A parte criativa vem de tudo que é lugar.
Acha que uma piada nunca deve ser levada a sério (em função de eventuais processos, inclusive de políticos)?
Não. Geralmente, quem reclama nunca é quem consome a piada. Não é alguém que paga para ir ao meu show, pois esse está predisposto a rir. Na maioria das vezes, quem critica faz parte de uma patrulha de fora… São pessoas que vivem numa bolha e não veem nada fora dela.
Como lida com a possibilidade dos processos na Justiça?
Neste ano, até o momento, não levei nenhum. E os que tenho estão sendo resolvidos, graças a Deus. Dia desses, estava no tribunal, saiu um cara com uma algema no pé, uma nas mãos e dois agentes de escolta. Ele levantou da cadeira e eu sentei no mesmo lugar por causa de uma piada. Até brinquei com meu advogado: “Acho que a piada dele foi mais pesada que a minha!” Hoje, a maioria dos juízes acha um absurdo as pessoas interditarem o Judiciário por causa disso.
Como vê essa concorrência do seu programa com o do Fábio Porchat, por exemplo? Ele adora citar você lá…
Natural. As emissoras é que são concorrentes. A gente começou junto, somos da mesma origem. E eu vou lá no programa dele no segundo semestre, quando sair meu filme. Somos amigos.
E aí? Você está solteiro. Não tá dando tempo de cuidar da vida pessoal, já que também tem uma casa de shows, é roteirista, colunista…?
Daria tempo, só que não tenho saco para cobranças, por exemplo… É muito chato… Gosto muito da minha liberdade e estou feliz com ela. Nas folgas, fico vendo Netflix e comendo pizza. Tem coisa melhor para fazer (risos)?!
Como é trabalhar com essa turma?
É muito ruim. Um pé no saco, uma droga… (gargalhadas).