Ela é a vilã de A Força do Querer
A vilã Irene, de A Força do Querer, com aquela carinha de anjo e alma demoníaca, serviu como uma luva em Débora Falabella. Por uma simples razão: parece que o tempo não passa para a atriz, de 38 anos, mas com o mesmo rostinho de quando estreou na Globo, aos 19 aninhos, em Malhação (1998). “O que conta é que, com o passar dos anos, a gente precisa ter bom senso. Deixa o tempo vir! E que ele seja bonito. As pessoas são muito obcecadas com o envelhecer. À clínica de estética, por exemplo, vou uma vez por ano. Sou até meio relapsa. O que faço mesmo é cuidar da minha saúde”, afirma a mineira, que se mudou de São Paulo para o Rio de Janeiro, com a filha, Nina, para viver com o namorado, Murilo Benício, com quem mantém uma relação desde 2012, quando contracenaram na novela Avenida Brasil.
Na guerra do amor vale tudo? Ou qual é o limite da ética?
Não me bote nesse pacote, junto com a Irene, não (risos). Eu sou ética. A gente precisa ter respeito pelas pessoas. Em relação a tudo, no amor, nas amizades. Tem que existir respeito. O que acontece com a Irene é que ela fura isso em sua obsessão para conquistar o Eugênio (Dan Stulbach). Pra ela, o respeito pelo outro não tem importância. Irene não tem essa conduta moral.
Buscou essa vilã em algum lugar ou deixou ela fluir em você?
Busquei e deixei. A gente tem vilãs na nossa teledramaturgia que são incríveis. Eu amava todas elas. A Maria de Fátima, da Gloria Pires, em Vale Tudo (1988); a Adriana Esteves como a Carminha, em Avenida Brasil (2012); a Renata Sorrah como a Nazaré, de Senhora do Destino (2004). E a Letícia Sabatella, que fez a Yvone, de Caminho das Índias (2009). A própria Nina, também de Avenida Brasil, teve seus momentos de vilania. São megeras completamente diferentes. Não sei muito bem aonde a Irene vai. Estou aberta. E preparada, caso venham cenas quentes. Estou me divertindo.
Por causa da novela você trouxe a Nina para o Rio de Janeiro?
Sim, ela está de novo aqui comigo. E aí a gente (ela e Murilo Benício) está aproveitando para mostrar o Rio para ela, porque Nina foi para São Paulo muito pequena.
A Nina também fica nas coxias das peças que você encena?
Acompanha e fica nas coxias. Isso não tem jeito. A primeira peça que fiz, depois do nascimento da Nina, ela estava com seis meses. Entre um intervalo e outro eu tinha que amamentá-la. Comigo e minha irmã (Cinthya) foi assim. Meu pai (Rogério Falabella) era ator e minha mãe (Maria Olympia), cantora lírica. Então, sempre fui acostumada a viver perto das coxias.
Já notou aptidões artisticas nela?
Eu ainda não percebo para aonde ela vai. E não é a hora. Mas acho que é isso: uma criança que nasce perto de um ambiente que transpira arte (o pai, Chuck Hipolitho, é músico), desenvolve mais sensibilidade em relação à vida artística. Mas a escolha que a Nina for fazer, eu vou apoiar, seja ela qual for.