Tramas singelas e cheias de significado embelezam o visual de quem valoriza a arte do bordado
Melhor do que descobrir afinidades numa amizade é transformar esses pontos comuns em negócio que amansa a alma. As amigas Taynara Pretto, de Santa Catarina, e Rebeca Lima, de Arapiraca, interior de Alagoas, residentes em Maceió, tiveram essa boa surpresa no período da faculdade. Juntas, criaram a marca Cobogó, que comercializa pela internet delicados colares bordados em ponto-cruz e bordado livre (R$ 30 a R$ 40). O hobby partilhado tem gosto de infância. Por iniciativa da mãe, Rebeca fez um curso quando tinha 12 anos; mais novinha, Taynara aprendeu com a avó e com a mãe a amar linhas e agulhas. “É bacana saber que aquilo que você fez vai alegrar e embelezar um ambiente ou alguém que você nem conhece”, diz Rebeca. “Bordar me transporta para um lugar sempre repleto de leveza. Acredito que esse prazer influencie o resultado final dos trabalhos”, emenda Taynara. A inspiração, segundo elas, vem de todos os cantos. Das memórias afetivas, dos livros, das músicas, dos artistas admirados, das miudezas do cotidiano. Mas o ímpeto da criação também se adapta ao gosto do freguês. Afinal, quem não quer carregar junto ao peito um símbolo querido? “Os pedidos mais recorrentes são flores, principalmente rosas e girassóis, cactos, corações e a pintora mexicana Frida Kahlo”, contam. As peças encantam por sua beleza, mas não só. Há de se contabilizar também o apreço crescente pelo fazer manual. “As pessoas estão tomando consciência de que o artesanato é uma expressão da cultura popular. Observo esse resgate com um sorriso sem tamanho”, festeja Rebeca. “Isso é reflexo de uma geração que está percebendo que o legal é ter algo feito com carinho, cuidado, algo único, concebido por pessoas, e não por máquinas”, alinhava a sócia.