A atriz que interpreta a Leonora de ‘Haja Coração’, garante não se incomodar com o rótulo de símbolo sexual e revela ser louca para interpretar uma vilã
A extravagância e a insistência são as características mais marcantes da Leonora, em Haja Coração. A ex-Casa de Vidro – quase uma BBB -, tanto lutou que conseguiu estender seus cinco minutos de fama. Ellen Rocche comemora o sucesso de sua personagem, que protagonizou cenas hilariantes com Malu Mader (Rebeca) e Carolina Ferraz (Penélope). Aos 37 anos, a paulistana está no ar também como a Dona Capitu, na nova edição da Escolinha do Professor Raimundo, que vai ao ar aos domingos na Globo.
Como você avalia sua participação em Haja Coração?
Essa novela foi um verdadeiro parque de diversões. Leonora é o tipo de mulher que não consegue resistir aos impulsos. Ela não tem freio nem parâmetro em suas escolhas.
Chegou a fazer testes?
Não precisei fazer testes. Eu fui chamada pelo Daniel (Ortiz, autor), pelo Fred (Mayrink, diretor artístico) e pelo Silvio de Abreu (diretor de gênero, responsável pela dramaturgia). A escolha do meu nome foi uma unanimidade entre eles. Graças a Deus fui agraciada pelo convite e mergulhei fundo no papel.
Chegou a assistir Sassaricando (1987), trama em que Haja Coração foi inspirada?
Eu vi o começo de Sassaricando, mas, como é uma releitura da trama, não busquei características da Leonora antiga. Embora a personagem da Irene (Ravache) tivesse um tom engraçado, a minha Leonora é mil vezes mais cômica. Ela tem tons de humor bem acima.
Como é reviver uma personagem que foi de Irene Ravache?
Irene é maravilhosa, uma atriz que admiro muito. Acho que nem deveria ter visto cenas dela, porque é uma pressão muito grande. Mas, como não tem muita coisa em comum, fiquei bem livre para criar a Leonora.
Alguma ex-BBB serviu de inspiração para a sua personagem?
Não me inspirei em nenhuma ex-BBB específica. O que mais tem na vida é laboratório desse povo querendo aparecer. Peguei os momentos mais engraçado das pessoas que passaram pelo Big Brother para fazer uma homenagem a eles. Me espelhei mais na Lucille Ball, de I Love Lucy (1951), e na Mira Sorvino, de Poderosa Afrodite (1995). E também me inspirei muito na Inês Brasil.
Esse rótulo de símbolo sexual, que a acompanha, incomoda?
As pessoas confundem a sensualidade das personagens com a minha. São fases da carreira que a gente vive. Por certo tempo, fiquei reprimida por causa disso. Mas é algo que independe de mim, da roupa que eu visto. Hoje, depois de tantos anos, ser considerada um símbolo sexual é muito bom. Fico feliz.
Você não tem vontade de fazer papéis mais dramáticos?
Quanto mais desafio, melhor. Está acontecendo um salto em minha carreira que nunca podia imaginar. A Mulher Mangaba (de Sangue Bom / 2013) e a Ludmila (de Geração Brasil / 2014) seriam apenas participações e ficaram as novelas inteiras. A Leonora, então, foi um presente. Apesar da essência ser a comédia, a Leonora é uma personagem dramática. A realidade dela é triste, de uma pessoa tão carente de atenção. Ela nunca teve isso na vida. Mas também tenho vontade de fazer mocinhas e megeras. Acho que eu seria uma boa vilã (risos).