Além do longa O Rei das Manhãs, a atriz e cantora brinda o sucesso de sua Yara, de A Lei do Amor, e o lançamento do primeiro CD solo após 25 anos de carreira
Aos 40 anos, Emanuelle Araújo mostra um pique de dar inveja a muita gente. A estrela, destaque da trama global das 9, também lançou recentemente o primeiro álbum solo: O Problema É a Velocidade. Nada melhor para comemorar os 25 anos de trajetória como cantora.
Entre os desafios, além dos inúmeros shows e da sua oitava novela, a musa, nascida em Salvador (BA), também encarou uma importante personagem no cinema. No longa O Rei das Manhãs, de Daniel Rezende, e rodado recentemente, Emanuelle interpreta a rainha do rebolado, Gretchen. A produção, que será lançada em 2017, conta a história do ator Arlindo Barreto, um dos intérpretes do palhaço Bozo, sucesso nos anos 80 no SBT. Na telona, o polêmico artista será vivido por Valdimir Brichta.
Quer saber mais sobre a linda Emanuelle Araújo? Confira aqui, no nosso bate-papo!
TITITI – A Yara, de A Lei do Amor, tem agradado muito ao público… Acredita que ela reflete o perfil de
muitas brasileiras?
Emanuelle Araújo – Ah, sim… Ela é mãe de três filhos, uma mulher batalhadora, profissional e contemporânea. Além disso, é uma amiga sempre fiel da Helô, papel da Claudia Abreu. As duas têm uma amizade de muita cumplicidade e parceria, o que é bonito.
E ela tem o drama envolvendo a filha caçula, Ritinha (Marjorie Bernardes), que mexe com o telespectador…
É… Yara e Misael (Tuca Andrada) formam um casal feliz, mas que enfrenta problemas de saúde da filha… Mas, apesar de ser uma mulher que precisa matar um leão por dia, ralar pra sobreviver, ela consegue achar a alegria de viver em tudo.
Você parece ter essa alegria em comum com ela…
E tenho mesmo! Sou uma pessoa alegre, todo mundo sabe disso. Mas a Yara é mais focada, forte, pé no chão, tem certa sobriedade…
Como é trabalhar com a Claudia Abreu?
Fantástico! Sempre senti extrema simpatia pela Cacau e admiro demais o trabalho dela. Ela é uma mulher maravilhosa, uma atriz incrível… Estou bem apaixonada por ela artisticamente e pessoalmente.
Em paralelo à novela, você lançou o CD O Problema É a Velocidade, que tem até samba… Fala dele?
É um disco de música popular brasileira, com vários estilos e o samba está presente, claro. É o meu primeiro trabalho solo, que há tempos projetava na cabeça. É um trabalho de intérprete e que me deixa muito feliz. Fui atrás de todos os compositores que queria nesse trabalho artesanal. Fui à casa deles, telefonava… É um filhão que nasceu! O primeiro trabalho solo em 25 anos de carreira tem um sabor especial, né?!
Você tem uma trajetória musical muito eclética (Emanuelle foi, inclusive, vocalista da Banda Eva de
1999 a 2002). O que esse CD tem de diferente dos outros?
As pessoas têm uma avaliação de que sou uma cantora com uma relação muito forte com a festa. E sou mesmo, mas não é só isso. Talvez esse disco tenha aberto a porta para meu romantismo, para lugares mais profundos da alma. Não é só a Manu do Carnaval. Ele é mais silencioso (risos).
Por que demorou para lançar um disco solo?
Nunca tive pressa porque sempre fui muito preenchida pelos meus trabalhos coletivos. Sempre estive rodeada por pessoas talentosas, inclusive na Banda Moinho. E queria que o disco acontecesse na verdade de um momento, em que pudesse estar dedicada a isso. O caminho foi natural, com calma, procurando os compositores, buscando, antes de mais nada, um bom repertório. Esse álbum brota da maturidade do meu momento.
No ano passado, você gravou com a atriz Nanda Costa a música Me Erra, que fala sobre desvantagens da fama. A falta de privacidade, por exemplo, a incomoda?
Para falar a verdade, isso não me afeta tanto. Meu jeito de ser é tão simples, claro e direto que leva a imprensa a me respeitar bastante. Eu passo por essas coisas sendo direta e franca. Lido com todas as pessoas do mesmo jeito e isso me conforta. Essa glamourização da vida pessoal depende muito de como o artista se comporta.
Você comenta que Yara é bem casada… E você, pensa em se casar novamente (sua mais recente união terminou em 2015)?
Meu amor, já me casei, já separei, já casei de novo (risos)… Estou bem (hoje ela namora o publicitário Felipe Flores). Acho o amor a coisa mais maravilhosa do mundo, a gente tem que acreditar nele, sempre. O amor tem muitas chances, são as oportunidades que o coração dá pra gente. E ele é um sentimento muito pleno, o amor é livre, o amor é tridimensional. Essa novela fala de amor e por isso é muito gostoso contar essa história.
Sua filha, Bruna, tem 22 anos. Sonha em ter outro filho?
Eu tive a Bruna muito cedo e não planejo isso nesse momento…. Vivo muito o presente.
E o que você faz para manter essa jovialidade?
Você me acha jovial?
E não se acha?
Não sei, mas tenho espírito alegre, sou leve. É… acho que a leveza é um sinônimo de jovialidade, sim (risos).
Como foi interpretar a Gretchen no cinema?
Ah, é um desafio representar um ícone feminino como a Gretchen. Fiz uma preparação intensa, estudei muito e me joguei! Fiz com bastante respeito, cuidado e tentei, ao máximo, alcançar a potência feminina que ela é.
Como se preparou para o filme? Teve contato com ela?
Não. Mas vi absolutamente tudo e tentei representar essa fase áurea, cheia de luz dela. Foi o momento de auge da Gretchen, o boom no mundo fonográfico.
Teve aula de dança para fazer a famosa rebolada dela?
Não fiz exatamente aula de dança, mas chamei uma preparadora corporal. Pesquisamos esse universo do corpo da Gretchen, a forma como ela realiza essa dança. E não era uma dancinha, eram movimentos muito particulares, que só ela fazia. Foi uma delícia e revelador para mim interpretá-la!