O ator conta como é viver Ernesto, de Êta Mundo Bom!, que usa os mais frágeis e se alia aos mais fortes
O vilão Ernesto, de Êta Mundo Bom!, é um Don Juan às avessas: conquistou e tirou a virgindade da coitada da Filomena (Débora Nascimento), que sofre na mão do cafajeste. Infeliz por não ter conquistado o reconhecimento como pintor, Ernesto usa os mais frágeis e se alia aos mais fortes. Com Sandra (Flávia Alessandra) a parceria do mal se torna mais forte. Cinco meses depois de se despedir, do boníssimo Gael, de Malhação Sonhos (2014), Eriberto Leão encara seu primeiro vilão na TV. O ator, de 43 anos, não tem nada a ver com seu personagem. Eriberto transborda leveza e simplicidade todas as vezes que fala sobre seu trabalho e sua família. O paulista, que completa 20 anos de carreira, é casado com a atriz Andrea Leal, com quem tem João, de cinco anos. Confira!
“É um desafio muito grande. Estou me sentindo extremamente motivado, não só por ser meu primeiro vilão, mas por ser um personagem muito diferente do que eu já fiz, também por estar inserido em uma obra-prima. Uma novela que você se interessa por todos os personagens. É uma trama maravilhosa. Uma história necessária ao Brasil, pelo atual momento em que vivemos. Traz uma mensagem de otimismo grande. E é muito bacana fazer o contraponto a isso, o vilão Ernesto.”
“É muito legal estar do lado oposto. Ajudando para que o bordão do Candinho (Sergio Guizé), ‘Tudo que acontece de ruim é para melhorar’, chegue às casas brasileiras. É importante o público saber disso. É um momento difícil para o país. Estamos expurgando muitos demônios de toda a nossa história desde o descobrimento. De uma cultura de querer levar vantagem em cima de tudo, de corrupção, de falta de ética. Chegamos a um lugar tão absurdo que, agora, é para dar a volta por cima pra gente não repetir os mesmos erros.”
“Eu emagreci 6kg para o Ernesto. O Gael, que era mestre de luta, era grandão. Dou uma malhadinha sempre que posso, mas de leve, respeitando o meu corpo, sem exagero. Gosto muito de andar de bicicleta com o meu filho, João. Quando estou de folga, eu fico pelo menos duas horas por dia pedalando.”
“Muito da sabedoria que tenho hoje se deve à chegada do João. Você direciona toda a sua força para outro ser. Você aprende o que é um amor incondicional mesmo. É diferente do amor que você sente pelo seu pai e pela sua mãe. Você não vive mais só pra você, e sim para o outro. João é maravilhoso, acabou de fazer cinco anos.”
“A música está em minha vida há tempos. Já tive algumas bandas de rock. No teatro, fiz os musicais Almas de Todos os Tempos (1999) e Jim (2013). Sempre fui fascinado pelo The Doors. Demorei 20 anos para realizar o sonho de homenagear esse artista mal compreendido. O espetáculo ganhou vários prêmios, inclusive, o meu primeiro de ator de teatro.”
“Já fiz papéis que foram eternizados na TV, como o Tomé, de Cabocla (2004), e o Zeca, de Paraíso (2009). Estou tranquilo. Também sou totalmente realizado como pai e marido.”