A jovem atriz faz balanço positivo de sua participação na trama das 9
Como toda boa mineira, Erika Januza chegou de mansinho na televisão e, agora, colhe o reconhecimento do público, ao dar vida a juíza Raquel, de O Outro Lado do Paraíso. Após ser muito humilhada, principalmente por Nádia (Eliane Giardini), a magistrada deu a volta por cima e mostrou para a dondoca que o negro deve ser respeitado. Com a trama das 9 chegando ao fim, Erika faz um balanço sobre a trajetória de Raquel: “Ela foi muito humilhada e voltou exaltada e estudada logo após a primeira fase da novela. Geralmente, a personagem sofre muito, até que no final acontece algo e ele tem seu momento de glória. Com a Rachel, não foi só um final feliz. Achei um empoderamento em rede nacional, estou muito feliz”, conta a jovem, que adora a torcida do público para a juíza e pelo casal Bruquel. “Eu gosto de responder, interagir nas redes sociais. Recebo mensagens, não só sobre a questão do racismo, mas de pessoas que se inspiram e acreditam que podem sim ter uma mudança na vida. É tão legal a novela ser entretimento, mas também ter um papel social”, afirma a bela.
Após tantas idas e vindas, o casal Bruquel, finalmente se acertou na reta final da novela. Foto: Divulgação/ Rede Globo
Xô preconceito!
Se, na ficção, Raquel sofre com o racismo da sogra, na vida real, Erika tem que lutar a cada dia para vencer o preconceito. Para a mineira, de Contagem, a pior violência vem da pessoas que tem a intolerância velada. “Não sei o que passa na cabeça da pessoa. O racismo é uma doença. Mas o pior é quem tem o preconceito guardado e a gente não sabe. Vai soltando veneno diariamente e é uma coisa que cala. Muitas vezes, a pessoa fala uma coisa tão absurda que a gente não tem uma reação no momento. Meio que desacredita no que ouviu e não sabe o que falar. E se cala, não por ter aceitado, mas por realmente ficar paralisado com a situação”, discursa. Mesmo com a discriminação velada que percebe no dia a dia, a atriz nunca precisou denunciar um caso. “As vítimas não podem ficar caladas. A defesa e a união deve vir de todos os lados para acabar com essa intolerância absurda”, ensina a taurina, que passou por uma situação constrangedora recentemente, ao ser chamada de “neguinha” no trânsito.
Com o sucesso da novela, Erika virou símbolo do empoderamento feminino para várias mulheres, assim como Taís Araújo a inspirou. “As meninas negras estão mais conscientes, chegam pra mim com um discurso forte. Isso me mostra a importância do meu trabalho. Tento sempre seguir na linha, para que elas se espelhem num bom exemplo para estudar, ir atrás das coisas sem passar em cima de ninguém”, afirma a atriz, que revela outra grande inspiração na vida: sua mãe, Ernestina, que sempre a motivou a conquistar seu lugar ao sol. A perseverança fez com que a estrela conseguisse o papel na trama das 9, ainda quando estava gravando Sol Nascente (2016). “Faltava um mês para terminar e me fizeram o convite, chorei horrores, emocionadíssima. Cada personagem que aparece é sempre a chance da vida. Busco aprender com ele. Como sou uma atriz nova, tudo pra mim vira experiência, é a minha escola. É o que amo fazer e não me vejo em outro ofício”, relata.
Erika não esconde a admiração pela mãe, Ernestina, que sempre a inspira fortemente. Foto: Reprodução
Foco no trabalho
Na excelente fase de sua carreira, Erika não pretende arrumar um namorado tão cedo. Focada no trabalho, ela afirma estar muito feliz solteira. “Estou ótima! O meu trabalho está me deixando muito feliz e não estou tendo tempo para nada. Mas gosto muito de namorar”, avisa. “Chegam cantadas, mas não sei como lidar. Numa balada, eu fujo, vou ao banheiro… Não sou boa para essas coisas não. Aliás, estou perdendo muitas oportunidades com isso (risos)”, brinca.