A atriz Erika Januza sofreu grave racismo nas redes sociais que até lembrou a personagem que sofria com racismo na novela “O Outro Lado do Paraíso”.
Nesta segunda-feira (29), uma hater disse que odeia a atriz, atualmente no ar no “Dança dos Famosos”, e chamou de “fedida” no Instagram.
“Eu odeio a Erika Januza. Quem acha feia e fedida curte e comenta”, escreveu a infeliz internauta na plataforma.
“Eu adorei que o Bolsonaro ganhou. Assim ele manda matar esses negros fedidos e a Erika Januza vai junto. Odeio essa mulher”, comentou em uma postagem.
Em seu perfil, a artista desabafou sobre o ataque:
“Eu vejo que quando se ataca um negro pelo simples fato de ser, você atacou todo um grupo. EU vejo assim. Um amigo me perguntou como eu estava, pois essas coisa mexem muito com o psicológico. Respondi: meu psicológico está calejado. Sou negra há 30 anos! A cada dia um novo desafio”.
“Não falo só por mim mas o cansaço é por ver coisas desse tipo todos os dias, com as mais diversas pessoas. Com todos os irmãos, pessoas de bem, homossexuais ou quem quer que seja que sofre algum tipo de preconceito. Só quem passa sabe, só quem ouve, lê, sente um olhar atravessado, sente alguém segurando mais forte a bolsa, te confunde com o funcionário da loja, enfim… são inúmeras as situações que podemos viver em nosso dia a dia. O fato de ser uma atriz ainda me protege, um pouco, já que as pessoas me reconhecem, ou gostam de algum trabalho: aquela negra… é atriz. E aquela doméstica? E aquela gari? E aquela enfermeira? E aquela Advogada? Somos pessoas. Merecemos respeito. Estamos em uma nação onde mais da metade é composta por negros e com certeza tem um pouco de nós em todos O sangue em suas veias ou em alguma construção aí pela cidade. Fomos à base do trabalho de construção de muita coisa neste país as custas de muito sofrimento”, escreveu Erika.
A atriz ainda concluiu de maneira incisiva:
“Um dia ouvi de uma pessoa muito ‘importante’, não dá mais pra limpar o sangue do brasileiro. É! As pessoas dizem coisas assim. E ainda dizem que racismo é mimimi. Esta doença está aí, latente. Às vezes oculta, mas latente. Eu não baixo minha cabeça. Me entristece, mas não me derruba. Representatividade! É necessária! Sigamos, firmes, fortes, corajosos”.