Às voltas com o universo do funk e da bandidagem, por conta da Belisa de A Regra do Jogo, Bruna Linzmeyer defende a força de sua personagem e sua luta para ser vista e amada
Aos 23 anos, Bruna Linzmeyer está no olho do furacão de A
Regra do Jogo. Belisa tem comido o pão que o diabo amassou, depois de ser
considerada louca e enfrentar Orlando (Eduardo Moscovis), jogando na cara do
safado que ele é um bandido. Em meio a isso tudo, ainda sobra tempo para um
romance com Juliano (Cauã Reymond) e tentativas de virar cantora de funk. E
engana-se quem pensa que a atriz passava longe do ritmo. “Já curtia! Mas agora
me aprofundei mais. Descobri outras pessoas, outras músicas, diferentes jeitos
de dançar, o que é uma coisa maravilhosa”, confirma a linda catarinense.
Belisa tem uma personalidade bem forte. Essa característica
da personagem também é sua?
Tudo que eu colocar no mundo, como atriz, vem de dentro de
mim. Há claro, pesquisas, interferências externas, mas vem de dentro de mim,
através da minha emoção. Essa
persistência da Belisa, no que ela acredita, eu me identifico.
Torce para que ela consiga virar uma cantora de funk famosa?
Torço para que a Belisa encontre o seu lugar no mundo. É
claro que, pra mim, ela quer ser cantora de funk para chocar e chamar atenção.
Mas, junto disso, há também um desejo genuíno de ser amada. O desejo se ser
funkeira pode não ser genuíno, mas seu desejo de ser vista e ser amada é!
Você comentou que suas inspirações foram a MC Sabrina e a
Ludmilla. O que você pegou delas?
Existem nas duas uma agressividade, uma força da mulher, que
se impõe e diz que dinheiro e homem não são importantes. Que o que importa é
amor, afeto… Tem também a maneira de dançar, principalmente a da Sabrina. Ela
tem uma agressividade maravilhosa no corpo.
Belisa tem cenas fortes com a Nelita (Bárbara Paz). Como é a
cumplicidade entre vocês?
É lindo! A Bárbara é
maravilhosa. Todo nosso núcleo familiar é. Estamos juntos como atores, seres
humanos e isso é bom porque você se aconchega no olhar do outro e isso me dá
força. Está sendo lindo.
E como é voltar a contracenar com o Johnny Massaro?
Johnny é um grande parceiro. É um artista, me provoca com
sua presença a manter o amor como peça importante dessa engrenagem toda. Além
de Meu Pedacinho de Chão e A Regra do Jogo, fizemos dois filmes: A Frente Fria
Que a Chuva Traz, do Neville de Almeida, e O Filme da Minha Vida, do Selton
Mello. Vão estrear no ano que vem
Curte as mudanças de visual?
A mudança física é consequência
de uma mudança emocional, de uma criação. Não acho nada do outro mundo pintar o
cabelo ou emagrecer 10kg em seis semanas, como fiz para o filme do Neville. Ou
aprender circo e dança do ventre para fazer uma contorcionista no
longa-metragem do Cacá Diegues, O Grande Circo Místico… Tudo isso é uma parte
tão importante do trabalho como ler o roteiro e decorar as cenas.