A atriz diz que é chamada de falsiane e lembra que quase apanhou na época de Malhação
Completando 26 anos de carreira, Fernanda Nobre desperta mais uma vez a ira no público. Em Deus Salve o Rei, a amizade torta de Diana e Amália acaba colocando a personagem de Marina Ruy Barbosa em maus bocados. “Estou sendo chamada de falsiane. Eu acho o máximo isso (risos)!”, diverte-se a atriz, que diz ser completamente diferente da plebeia. “Eu sou muito leal. Não pode falar de amigo meu que eu viro um bicho. Eu posso, mas ninguém pode (risos)”, brinca. Para a carioca, Diana não é má pessoa, mas se deixa levar pela carência. “Alguém faz um afago e ela se derrete, é ingênua. Vai soltando as coisas sem perceber”, defende a virginiana, que acredita que a jovem só vai se dar bem nos relacionamentos quando parar de procurar no outro o que falta nela mesma. “Diana quer que o outro dê amor para ela se sentir bem consigo mesma. E a gente tem que descobrir isso sozinha! O outro só vai nos dar amor quando a gente se amar muito”, afirma.
A parceria entre Marina e Fernanda deu muito certo: “Marina ama o que faz e é divertidíssima.” Foto: TV Globo
INTENSIDADE
Diana quer tanto encontrar o homem da sua vida, que já se deixou seduzir por Virgílio (Ricardo Pereira), mesmo sabendo que o vilão era apaixonado pela sua melhor amiga. Para Fernanda, uma relação assim não daria certo nunca. “Sou supervaidosa. Eu preciso ser o centro da relação (risos). Jamais conseguiria. Mas não julgo, acho que acontece. A gente se apaixona por pessoas que ainda estão fechando outra história”, diz a atriz, que assume ser muito intensa: “Sou movida à paixão, minha palavra de vida é paixão. Preciso estar amando. Seja por um homem, pelos meus amigos, por um trabalho, pela minha casa ou por mim mesma (risos).”
Fernanda assistiu à reprise de Malhação, no Viva: “Tenho saudade e carinho por esse momento.” Foto: Arquivo/TV Globo
AMAVAM ODIAR
Essa não é a primeira vez que Fernanda encara a fúria do público. Durante três anos, ela interpretou a vilã Bia, em Malhação (2000/2003), e conta que, naquela época, era pior. “Hoje, você olha o meu Instagram e vê que eu não sou a Diana. Naquela época não. As pessoas brigavam muito comigo na rua, duas vezes seriamente. Eu tive que fugir porque queriam me bater”, recorda ela, que, mesmo sem saber lidar direito com o que estava vivendo, tinha consciência que aquilo representava o sucesso de seu trabalho. Apesar das maldades, a personagem caiu no gosto do público e, até hoje, Fernanda é chamada de Bia. “E eu respondo (risos)”, diverte-se a carioca de 34 anos.
A atriz namora o diretor José Roberto Jardim. Foto: Instagram
CARREIRA DE SUCESSO
Aos 8 anos de idade, a virginiana foi aprovada para fazer a novela Despedida de Solteiro (1992). Apesar de passar a infância e adolescência atuando, ela conta que demorou a entender a dimensão do trabalho. “Eu colocava tudo como uma brincadeira. Claro que com muita responsabilidade e comprometimento. Eu tinha uma vida diferente das minhas amigas de escola. Eu não podia viajar porque estava com peça em cartaz, não podia faltar aula para ir à praia, aos 14 anos, porque já faltava quando estava gravando”, lembra. Só no vestibular ela decidiu que era essa a profissão que queria seguir. “Até ali eu ia conforme os meus desejos, sem pensar que já estava construindo uma carreira. E é engraçado porque eu fiz Malhação dos 16 aos 19 anos e tive que administrar uma carreira. Até hoje eu respondo, com orgulho, por coisas daquela época. Fui intuitivamente verdadeira com aquele momento que eu estava vivendo”, afirma.
Ao lado de Marcos Paulo e Tássia Camargo em Despedida de Solteiro. Foto: TV Globo
Mesmo com os pais administrando muito bem a sua vida e dando liberdade para escolher se faria ou não as produções, a estrela deixou de apreciar a infância e adolescência. Mas Fernanda não se arrepende. “Perdi. E falo isso não com dor, porque foi a melhor coisa que me aconteceu. Sou o que sou porque passei por isso e eu não seria nada se não fosse atriz”, afirma. Mesmo assim, ela não colocaria um filho para trabalhar tão cedo. “Criança tem que ser criança, tem que brincar, estudar”, discursa a carioca, que já passou por tantas emoções na dramaturgia que não precisa revivê-las. “Eu caso em toda novela, então, já vivenciei essa coisa de véu e grinalda”, acredita. “Nunca tive vontade de ser mãe, mas, esse ano, começou a pintar. Ainda não é a hora, não quero mudar a minha vida agora. Mas vou ter filhos, com certeza”, afirma.