Após papel sensual, o ator adorou o convite para ser o vilão Almeida
Ele foi um galã em Pecado Mortal (2014). Logo depois, Fernando Pavão aceitou viver o vil Comendador Almeida, de Escrava Mãe. Muito diferente de seu último trabalho, em que vivia sem camisa e exibia os músculos, agora é um bonvivant da época da escravidão no Brasil. “Ele é um cara de má índole, mas também sarcástico”, conta o ator, de 45 anos. Ainda este ano, Fernando se prepara para viver o papel do produtor Rick Bonadio, na série da Record sobre o grupo musical Mamonas Assassinas. Confira a entrevista do galã!
O seu último trabalho de “época” foi em Sansão e Dalila, um herói histórico. E agora o vilão clássico. É bom mostrar seu outro lado?
Foi muito legal fazer Sansão e Dalila. É normal que o público associe o personagem que fazemos uma vez em mais de um papel. Só que não é isso que interessa ao ator, mas sim procurar o que é novo e diferente do que estava fazendo.
Que referências usou agora para compor o Comendador Almeida?
Não queria que o Almeida virasse um estereótipo. O texto em si nos deu muitas informações e me debrucei ali para construir o meu personagem. O Almeida tem doçura na voz, fala mansa, com rompantes de fúria em que fica cego e faz as maiores atrocidades. Tentamos fazer um vilão simpático, com humanidade.
Almeida é obcecado pela Juliana.
Sim. E ele a persegue sem limites, fica fascinado por ela. E isso não é amor! É, sim, uma coisa diferente, está próximo da questão do poder. Ela é “só” uma escrava e ele, seu senhor. Então acha que ela tem o dever de servi-lo. Isso, claro, na mente dele.
As cenas de Almeida são fortes. Como se desliga após gravar?
Não levo o personagem para casa, não sofro com ele. Tenho uma relação saudável com meu trabalho de separar o que é a ficção e o que é o Fernando. Às vezes, cansa fisicamente, mas só isso. Nada de tomar banho de sal grosso depois de gravar (risos).
E como fazer para entrar na pele de um personagem que encara isso com naturalidade?
Não posso julgar o Almeida. Questionar suas atitudes seria podar meu trabalho. Fui cuidadoso para não acontecer isso, construí o personagem do jeito que achava que ele era.
Como foi gravar em Paulínia?
Foi legal! Como está todo mundo fora de casa, você acaba criando muita cumplicidade. Morávamos no mesmo lugar e a convivência foi muito boa! Quando você admira a pessoa com quem está contracenando, a conhece melhor, na hora de gravar tudo flui.
Como vê toda a repercussão em torno da novela?
Escrava Mãe tem bons personagens e uma história muito boa. Fico feliz e orgulhoso por fazer este trabalho!