Bem humorado, ele empresta ao malandro Luís Fernando, de Babilônia, o lado paizão que exercita com a filha, Maria
“Uma coisa que acho muito bonita na minha profissão é que os
personagens conduzem a nossa vida. É um dos pontos que eu mais gosto em ser
ator”, comenta Gabriel Braga Nunes, que, após dar vida ao flautista nada
equilibrado Laerte, de Em Família, voltou ao horário nobre da Globo como o
divertido Luís Fernando, de Babilônia. “Tô nessa praia agora, o que para mim é
um terreno novo, que já passei de leve, mas não tanto quanto agora. Está sendo
supergostoso, tenho cenas superdivertidas. Acredito que os comediantes são mais
inteligentes do que os atores, são pessoas superiores”, teoriza. Em Babilônia,
Gabriel é pai de três crianças, de duas mães diferentes. Na vida real ele tem
apenas Maria, 9 meses, de sua união com Izabel Nascimento, atriz e assistente
de direção, e que, ele jura, nunca o mandou dormir na poltrona. Ah! Outra
diferença pessoal que ele destaca do personagem é que nenhuma sogra precisou
lhe dar vassouradas.
Como você define o Luís?
Ele é um joker (piadista) na vida. É um rapaz serelepe,
brincalhão, leve que passa pela vida brincando. Um malandro. Luís Fernando
passeia no universo da comédia com a mulher, Karen (Maria Clara Gueiros); a
sogra, Zélia (Rosi Campos); o irmão,
Norberto (Marcos Veras), e o Clóvis (Igor Angelkorte). A gente brinca muito em
cena. A relação dos irmãos vira comédia, mas há também um tom de conselho, de o
Norberto puxar a minha orelha. E a sogra fica me cutucando, querendo que eu
leve dinheiro para casa. Não é que Luís Fernando seja encostado. É que ele mora
muito perto da praia.
Já se acostumou a ser disputado por duas mulheres nas
novelas?
(Gargalhada) Profissão boa essa a de ator não é? (risos).depois
do Laerte, de Em Família, que era denso e pesado, foi você quem buscou algo
mais leve? A gente já conversava sobre esse projeto de Babilônia lá no início
da novela do Manoel Carlos. Era um papo antigo, então, não tem essa relação
entre as duas obras. O culpado por isso é o Ricardo Linhares (risos), porque
ele está desenrolando a novela desde Saramandaia (2013). O Lobisomen tinha um pé
assim numa coisa mais louca. Tenho uma parceria com Gilberto (Braga) e Ricardo
(Linhares) desde Insensato Coração (2011), depois repeti a dose com o Ricardo
em Saramandaia e, agora, Babilônia com os três (incluindo o João Ximenes
Braga).
E férias, nada?
Nos seis meses que tive entre uma novela e outra, filmei, no
Uruguai, A Floresta se Move, do Vinicius Coimbra, com a Ana Paula Arósio, com
quem já fiz várias coisas e é uma versão contemporânea de Macbeth. Foi um filme
lindíssimo, no sentido do fazer. Tem que ver quando ele estrear.
O fato de ser pai contribui para você ter mais intimidade
com os seus filhos da ficção?
É diferente porque a
minha, a Maria, ainda é bebezinha. Na novela é outra coisa porque os três são
bem grandinhos. Mas acho que deve ajudar.
A Maria tem os seus olhos?
Tem o olho clarinho.
É uma fofa. Vou até mandar um recado: “Filha, papai já ta chegando em casa,
viu?”
Em casa, você costuma dormir na poltrona como acontece com o
Luís Fernando em Babilônia?
Não, não (risos)! Minha mulher, Izabel, é mais tranquila.
E você, na vida real, já teve de encarar alguma sogra brava
como a Zélia, de Babilônia?
Nunca tive uma sogra chata igual a da novela. Tenho muita
sorte nas minhas relações familiares. Pelo menos até esse momento (risos).