Aos 28 anos, ela vive sua primeira protagonista em uma trama histórica e apaixonante
Em 2006, aos 19 anos, Gabriela Moreyra estreou na TV, na novela Bicho do Mato, da Record, emissora que viraria sua casa. Dez anos depois, chegou a vez de a carioca ser a estrela de uma trama. E a responsabilidade é grande: dar vida à Juliana, a mãe de Escrava Isaura – um sucesso internacional na televisão, originado na literatura. Entre os preconceitos com os negros e as maldades de sua rival, Maria Isabel, (Thais Fersoza), Juliana encontra o amor, nos braços do português Miguel (Pedro Carvalho), e com ele a força para lutar pela felicidade e a liberdade de seu povo. “Viver protagonista de uma novela é intenso, arrebatador. É como se você se abdicasse de si por um tempo. E é até bem louco voltar a ser você mesmo depois”, afirma a atriz, de 28 anos. Com toda a trama já gravada, resta ao elenco acompanhar a história junto com o público. Mas, para Gabriela, a sensação é de gratidão por tudo o que foi feito. “Chorei muito quando me despedi da Juliana. Foi dizer adeus a ela, aos amigos, para aquele cotidiano. Foi intenso, trabalhoso e lindo”, comenta.
Leonina, Gabriela tem a determinação e a garra em comum com sua personagem. “Juliana é muito forte, mas muito doce. Sou apaixonada por ela, que é uma boa pessoa de verdade”.
Parceria
Os meses de trabalho deram a atriz um companheiro inusitado. No início, o português Pedro Carvalho, seu par romântico na história, teve dificuldade de se comunicar com a companheira de cena. “Foi um pouco difícil, eu não entendia algumas coisas que ele falava. Mas o Pedro fez fono e foi muito atencioso com essa questão”, revela.
Passado
Descendente de negros, Gabriela encontrou no papel uma chance de retratar parte da história de seus antepassados. “Só quem viveu sabe o que foi essa dor. Conversei com meu pai para saber sobre meus bisavós na época da escravidão”, conta. “Depois das cenas de violência, eu demorava para me recompor e me desligar”, admite a bela.
Sucesso
Tímida, Gabriela assume que ainda não sabe como lidar com o assédio dos fãs. Mas que fica muito feliz com o carinho que tem recebido. Ela conta que tenta explicar que, por estar completamente gravada, Escrava Mãe não tem espaço para mudanças no enredo. “Gosto de pensar que está feito e pronto. Isso me tranquiliza. Foi difícil gravar sem o retorno do público, mas, como foi a primeira vez, é normal dar um pouco de nervoso. Se acontecer de novo, vou ficar mais tranquila”, diz.
Orgulhosa por mostrar como era o Brasil na época da escravidão, Gabriela levanta a questão atual dos negros na televisão. “Os papeis ainda são muito estigmatizados. Isso está mudando, mas ainda temos muita luta pela frente”, conclui.