Ela, que interpreta a Elvira de Novo Mundo, revela o orgulho de ter conseguido vencer em sua profissão
Conhecida pelo humor afiado, Ingrid Guimarães dosa a comédia com a tragédia de sua personagem, a antagonista Elvira Matamouros, de Novo Mundo. A vilã circula por quase todos os núcleos da trama das 6 e, inclusive, se opõe ao casal principal, Anna (Isabelle Drummond) e Joaquim (Chay Suede). Nos próximos capítulos, Elvira será dada como morta, complicando a vida de Joaquim. Mas aguarde porque a trambiqueira está vivinha da Silva. Feliz com a personagem, a atriz, de 44 anos, faz um balanço sobre o trabalho.
Sentiu saudades de fazer novela?
Senti e foi ótimo. Eu queria fazer algo diferente, afinal, nunca fiz novela das 6, nem trama de época. Sempre fui focada na identificação contemporânea, muitas vezes, voltadas para o público feminino. Foi a melhor oportunidade que eu podia ter tido nesse momento.
Conseguiu conciliar bem a novela com a sua vida pessoal?
Está difícil administrar minha vida. Eu vivo na correria. Acordo muito cedo para ficar com a minha filha (Clara) antes de ela ir para a escola. Às vezes, saio to trabalho suja da personagem, mas prefiro assim para pegar minha filha acordada. Novela exige muito mais da gente do que qualquer outra coisa.
O núcleo da taberna deu muito certo, é hilariante…
Deu muito mais certo do que a gente imaginou. Costumamos dizer que eu, Vivi (Vivianne Pasmanter) e o Piva (Guilherme) somos Didi, Mussum e Zacarias (risos). E o Dedé é o Chay (Suede), que vai, de vez em quando, na taberna fazer uma graça. É uma diversão! Tiveram cenas que a gente teve tanto ataque de riso que colocaram uma pessoa na nossa frente para não vermos um aos outros (risos).
Elvira é uma personagem rica…
Elvira é completamente teatral. Faço um trabalho corporal intenso, talvez, não teria chance de fazer esse tipo de atuação em outro trabalho na TV. Além de toda parte de humor, Elvira é a antagonista da história. Não uma vilã que as pessoas odeiam, pelo contrario, sentem pena dela. Acho legal é que Elvira tem uma autoestima elevada: se acha linda, famosa e poderosa.
Você tem essa autoestima?
Quem me dera… Mas estou aprendendo com a Elvira. A Leandra Borges, da peça Cócegas (2001/2011) também era assim: acreditava muito em si em qualquer situação.
Acha que vale fazer tudo por amor, como a Elvira faz?
Nunca fiz uma loucura. Se o homem não ficasse afim de mim, desistiria na hora. Jamais me humilhei por alguém. Mas é bonito quem tem essa entrega. No máximo eu faria uma oração pra Deus abençoar a relação (risos).
Está realizada com sua carreira?
Conseguir viver da arte já é uma luta, num país em que a cultura está em último lugar. Sempre corri atrás. Meu telefone nunca tocou fácil. Estou numa fase em que já fiz sucesso no teatro, cinema e TV. Não tenho que provar mais nada. O que quero mesmo é fazer trabalhos diferentes.