No ar em ‘Justiça’ como o perturbado Vicente, o ator tem a chance de mostrar todo seu talento na TV e admite que espera um convite para estrear em novelas
Em Justiça, Jesuíta Barbosa é Vicente, rapaz que mata a namorada e, após sete anos preso, vai atrás do perdão da ex-sogra, Elisa (Débora Bloch). A história é forte pelo crime passional. Mas a polêmica será pior! Do ódio que Elisa tem pelo assassino da filha nasce uma paixão mútua.
Jesuíta tem apenas 25 anos e fez papeis pequenos na TV. Só que em cena parece um veterano. O ator pernambucano não tem filhos, mas, para compor o personagem, usou a sensibilidade. O ar desesperado do rapaz veio do pensamento de Jesuíta a respeito do sofrimento de pais e mães que passam pelo tristeza de perder um filho.
Vicente se arrependeu do assassinato. Você acredita que é possível perdoar um ato desse?
Tudo é possível. Isso é muito pessoal. Eu não tenho filho. Perder uma filha deve ser muito doloroso. Eu não perdoaria. Espero nunca passar por isso. Depois que Vicente foi pai, ele se colocou no lugar da sogra. O mais interessante é que a relação dele com a Elisa começa a engatar de um jeito que eles já não se percebem mais como sogra e genro. Essas duas energias começam a se fundir e a virar outra coisa.
Como encara essas cenas difíceis da minissérie?
Todas as cenas são difíceis de fazer. Até as sequências simples são complicadas, pois são curtas e você não consegue desenvolver. A morte da Isabela (Marina Ruy Barbosa) foi a mais desgastante para todos nós do elenco e daequipe técnica. Ficamos o dia inteiro para fazer essa sequência. Eu me emocionei ao assistir.
Tem projetos pós-minissérie?
Já terminei de gravar a série Nada Será Como Antes, que será exibida em setembro. Além disso, fiz o filme Malasartes e o Duelo com a Morte.
Não pensa em fazer novela?
Tenho muita vontade de fazer novela, pois quero uma experiência com obras maiores. Seria muito interessante. Fiz Sete Vidas (2015), mas só uma participação. Ainda não me chamaram para uma trama maior (risos).
Sentiu a responsabilidade de ser uma aposta da emissora?
Não. Isso me traz tranquilidade. Pelo menos, prefiro pensar assim (risos). Se estão apostando e gostando, espero continuar fazendo meu trabalho. Tenho a consciência de que sou novo e quero aprender bastante. Nas produções da TV, o jeito de fazer é bem diferente de teatro e cinema. O tempo é mais corrido e isso funciona como uma escola.
Já está acostumado com o assédio do público?
É muito tranquilo. Não trato ninguém com descaso, senão vira um problema muito grande para mim. Gosto de abraçar todo mundo e agradecer pelo carinho. Ter retorno é muito bom e quero sempre ouvir. Encaro a fama como um bicho bem grande, que pode te comer a qualquer momento. Prefiro deixar esse monstro longe de mim.