A atriz detalha como é a troca de experiência com os atores novatos da trama e afirma estar cansada de ver tanta violência na TV
Em devaneios acometidos pelo mal de Alzheimer, a Dona Cléo, de Malhação – Pro Dia Nascer Feliz, é uma mulher que parece ter parado no tempo. Mas só parece… Apesar da doença, a idosa protagoniza cenas engraçadas com os netos, Gabriel (Felipe Roque) e Giovane (Ricardo Vianna), e vive dando palpites na vida amorosa deles. Coube a Joana Fomm interpretar essa senhora que sofre com lapsos de memória, logo a atriz que é considerada a memória viva da nossa televisão.
Experiência nova
Para conseguir o papel, a grande estrela teve que recorrer às redes sociais. Em seu perfil, a mineira publicou um pedido de emprego. Ela desabafou que não estava conseguindo se sustentar apenas com a aposentadoria. Alguns dias depois, Emanoel Jacobina, autor de Malhação, a convidou para participar da atual temporada da novela adolescente. Joana só entrou no capítulo 36 e afirma que foi muito bem recebida pelos colegas de elenco. “Não sabia quem era quem, qual ator fazia qual papel… Aos poucos fui descobrindo. Foi legal porque eles todos foram muito solícitos e amáveis”, afirma ela, que grava de uma a duas vezes por semana. “É pouco. Mas estou entusiasmada com o papel e posso até gravar mais”, avisa.
Troca de conhecimento
Aos 76 anos, a diva é referência para os atores novatos nos bastidores da novela, principalmente por Felipe Roque e Ricardo Vianna. Para Joana, o respeito é mútuo. “A gente está muito amigo. Eles falam que gostam de gravar comigo, sempre almoçamos juntos. Meus netos na novela me chamam de avó na vida real. Eles são lindos! Falam que trabalhar comigo é facílimo, eu não sei, né (risos)?”, diz, emocionada em ser considerada uma inspiração para os jovens artistas.
Longe da realidade
Também esse reconhecimento não é para qualquer atriz. Joana encarnou mais de 50 papéis na televisão e muitos deles foram tipos inesquecíveis, como a vilã Perpétua, de Tieta (1989), que será reprisada a partir de maio, no canal Viva. “A Perpétua foi uma grande personagem numa deliciosa novela”, lembra a atriz. “É muito engraçado. Eu não gosto de me ver tanto na telinha, nem na época e nem depois”, afirma a veterana, que acredita que as produções da teledramaturgia deveriam voltar a investir em realismo fantástico. “Teve uma época que eu disse ao Aguinaldo (Silva, autor de Tieta) que ele devia parar de utilizar o realismo fantástico em suas tramas. Mas, agora, li que ele vai escrever uma novela (O Sétimo Guardião, prevista para estrear em maio de 2018 ) que vai usar desse recurso de novo. Acredito que é a melhor coisa para as novelas atuais é retornar com esse universo mágico. A gente está precisando embarcar numa fantasia. Não quero mais ver gente matando gente na televisão. Já vemos isso na vida real”, finaliza.