‘Me considero um bom ator e acredito que a arte ficou impregnada em mim!’ disse ele
“As primeiras vezes nunca acabam!”. Foi assim que José Mayer, com 67 anos de vida e mais de 45 de carreira, definiu a novidade: em A Lei do Amor, ele faz seu primeiro grande vilão na TV, o empresário Tião Bezerra, papel que recebeu com alegria e empolgação. “Estou com um bom pressentimento sobre este trabalho”, avisa o mineiro, que já interpretou tipos de caráter duvidosos em Fina Estampa (2011) e Saramandaia (2013). Antes do Tião, Mayer brilhou em Império (2014), como Claudio Bolgari, que escondia dos filhos sua homossexualidade. “Há uma grande diferença nestes papeis, é claro, mas a expectativa é sempre a melhor possível, ainda mais acompanhando Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari em sua estreia no horário das 9”, afirma o galã.
Você parece estar muito empolgado com A Lei do Amor…
Sempre começamos uma novela com muita auto-confiança e bastante inflados. Mas, depois, a avaliação crítica e do público nos coloca na real.
O que podemos esperar do Tião?
Temos aqui um cardápio diferente do que vem sendo oferecido ao público. Tivemos algumas novelas um tanto monotemáticas – uma delas sobre a violência, a última, lindíssima, sobre a força da terra. E, agora, trazemos um trabalho diferente, solar.
Mas a trama tem também um tanto de política…
É impossível fazer novela no Brasil sem falar de política, ainda mais no momento em que estamos vivendo. E a novela é uma obra imensa, em que se pode abordar diferentes tópicos, com mudanças pelo caminho. Sempre há espaço para o que é importante.
Alguém o inspirou na hora de compor a personalidade do Tião?
Não busco inspirações externas, o que me dá inspiração é o texto. E o resto vem de mim… De Antonio Fagundes esperamos uma criação Fagundiana, de José Mayer uma criação… Mayense (risos)!
Como é dividir o personagem com outro ator, o Thiago Martins?
Foi uma sugestão minha, na verdade. Eles queriam que eu fizesse ambas as fases, mas o Giane (Reynaldo Gianecchini) e a Cacau (Claudia Abreu) tinham intérpretes jovens e eu quis um também! Funciona muito melhor do que o rejuvenescimento e o Thiago se parece muito comigo.
Como você define o Tião?
Ele é um corno racional. É vitorioso, mas nascido de uma carência de tudo. Construiu um império e gosta de controlar tudo. Mas o Tião não é um vilão maniqueísta.
Para quem sempre foi o pegador das novelas, como é ser o corno?
Ah, não sou mais essa pessoa! Já sou um velhotezinho (risos)! A função da sedução é ligada à juventude. Espero que os escritores continuem criando boas dramaturgias para os atores maduros.
Não se acha bonito?
Não me acho. Já pensei muito em como cheguei aqui na minha carreira com essa cara (risos). Me considero um bom ator e acredito que a arte ficou impregnada em mim.