Ela conta que buscou na mãe, Fátima, a inspiração para compor a Leila: “Ela sempre teve força pra seguir seu caminho com otimismo”
Há 13 anos, Juliana Didone estreava na TV, na novela Desejos
de Mulher (2002), na Globo. Dois aos depois, a gaúcha conquistava sua primeira
protagonista, em uma das melhores temporadas de Malhação, que, aliás, será
reprisada pelo Canal Viva a partir de 5 de outubro. Hoje, aos 30 anos, Juliana
vive a israelita Leila, em Os Dez Mandamentos, que sofre com a escravidão e a
redescoberta de suas crenças. “O filho (Bezalel, vivido por Luiz Felipe Melo)
desperta nela a consciência do que estava adormecido, que é a sua fé”, conta
Juliana.
Quais as diferenças entre uma novela bíblica e os demais
trabalhos que você fez?
Numa novela bíblica o contato com o sagrado é maior. Você
tem que estudar uma história de milhões de anos e os ensinamentos de Deus, o
que te deixa mais sensibilizada com a vida e com o enredo que é contado. Isso
reflete na tela e nos personagens.
A Leila é muito forte. Que qualidade dela você mais admira?
A fé, a ética e a certeza de que Deus está olhando por ela.
Não só admiro como também me identifico bastante.
Na novela, a caracterização das hebreias é bem simples,
explorando mais a beleza natural. Na vida real você é muito vaidosa?
Me identifico com as hebreias. Acredito na beleza única e
natural de cada um. A perfeição não existe pra mim. E buscar essa perfeição é
escolher uma insatisfação eterna.
Você acredita que a Leila se arrependeu de ter ajudado o
Moisés (Guilherme Winter)?
De jeito nenhum! O
que existe é uma tristeza por ter tido consequências tão graves, a ponto de
prejudicar quem ela mais ama, seu marido e seu filho. Ela não mensurou o
tamanho e a gravidade do que estava fazendo.
Há algum momento especial que tenha te marcado até agora?
Toda a sequência em que Bezalel (Luiz Felipe Melo) fala pra
Leila que vai embora. Foi muito emocionante de fazer e desgastante também.
Quando você encontra parceiros tão vivos para realizar o trabalho é um
privilégio.
Onde você buscou inspiração para viver uma realidade tão
distante da sua?
Busquei bem perto de mim, com a minha mãe (Fátima), que
sempre foi uma mulher que, apesar das muitas dificuldades que viveu, sempre
teve fé e força para seguir seu caminho com otimismo.