Na plenitude de sua carreira, forma física e vida familiar, a atriz celebra ter em suas mãos uma das melhores personagens da trama das 9
No melhor estilo povão e com sua risada para lá de cativante, Juliana Paes justifica a atitude de Bibi, de A Força do Querer. Intensa, ela troca um porto seguro, como o Caio (Rodrigo Lombardi), por uma paixão exacerbada por Rubinho (Emílio Dantas), com quem tem o filho, Dedé (João Bravo), que só vai lhe trazer dor de cabeça. “Toda mulher adora falar mal do bofe”, diz sem rodeios, mas livrando a cara do dela, o empresário esportivo Carlos Eduardo Baptista, com quem está casada há 13 anos, e tem dois filhos: Pedro, de 6, e Antônio, de 3: “Teria mil características negativas para falar do meu parceiro, todas as mulheres têm. Mas não posso dizer que o Dudu não é um excelente companheiro, um superpai. Substituimos o fogo da paixão inicial pela cumplicidade!”
O papel de Juliana é inspirado na escritora Fabiana Escobar, que ficou famosa como a Baronesa do Pó ou Bibi Perigosa e adorava postar na internet a vida que levava com o traficante Saulo de Sá, o Barão do Pó, que está preso. E vai rolar essa ostentação na novela? “Acho que vai acontecer. Mas a decisão é da Gloria (Perez, autora). Sei apenas que é uma grande personagem que tenho nas mãos. Ela é fantástica, maravilhosa!”, vibra a musa, de 38 anos.
Fica claro que a Bibi até amava o Caio, mas queria algo mais quente. A Juliana acha que isso é uma realidade ou pura ilusão?
Lembro que lá pelos meus 20 e poucos anos, tinha um namorado e virei para a minha mãe e disse: “não estou mais sentindo aquele frisson, aquela coisa de querer me arrumar toda, porque o cara vem me buscar. Acho que já não gosto mais dele”. Aí minha mãe disse: “Ô, minha filha, não é que você não gosta mais. É que já vai fazer três anos que vocês estão juntos. Então, você não está mais sentindo aquela paixão, aquele fogo! Mas pensa se você ainda gosta da companhia dele, de sair para jantar com ele”. Eu demorei para entender isso. E a Bibi é dessas. É uma mulher muito intensa e que tem um emocional adolescente. Ela só acredita, entende o amor em ebulição, na temperatura máxima, como a Gloria gosta de dizer. Ela não entende o amor morno.
E o Rubinho corresponde às expectativas dela, não é?
Sim. Bibi precisa de demonstração de carinho. Por isso fica louca com esse homem que estoura fogos pra ela, que escreve o nome dela nas ruas, que esconde bilhetinhos dentro da bolsa, para ela achar quando chega do trabalho. Isso é uma delícia, que mulher não gosta? Mas também que relacionamento sustenta isso durante tanto tempo?
Você é casada e ainda se lembra o exemplo que sua mãe te deu?
Os relacionamentos se alimentam muito do que foi o início deles e que faz durar muitos anos. Eu e Dudu estamos juntos há 13 anos. É esse tempo que conto como casamento, porque a gente já dividia o mesmo teto. Até hoje, eu lembro como foi o nosso primeiro beijo, a primeira vez que ele foi me buscar em casa. Claro que hoje não recebo flores toda semana como era no início. Mas tem tantas outras coisas que vão compensando.
Ficar com os filhos, por exemplo?
Não temos uma bolsa de certeza de que fazemos o melhor quando estamos juntos. Faço, é o que os pedagogos chamam de quality time, que é compensar com o tempo de qualidade. Às vezes, a gente fica em casa, mas está fazendo outra coisa, mexendo no celular, no computador. O que tento, e o Dudu também, é quando estamos com nossos filhos, ficarmos realmente com eles.
Sobra tempo pra malhar?
Minha rotina com atividades físicas é constante. Tem dia que faço crossfit, em outro funcional, depois muay thai, ou só dou uma corrida. Faço pouquíssima musculação.
Estar sempre bela é um peso?
Não encaro como um fardo ou uma grande obrigação. Faz parte do meu trabalho. Mas me permito sair sem maquiagem. Levo meus filhos na escola de cara lavada. Minha vida é normal. A gente só se embeleza, capricha um pouco mais, para os eventos.