Destaque de A Regra do Jogo, o ator fala sobre terrível experiência da depilação e brinca que seu corpo sarado é ilusão
Mesmo antes de A Regra do Jogo estrear, Juliano Cazarré
tinha certeza de que MC Merlô daria o que falar. Na festa de lançamento da
novela, que aconteceu no fim de agosto, no Rio, ele subiu ao palco, ao lado de
Roberta Rodrigues (Ninfa) e Letícia Lima (Alison), sob os gritos de gostoso. Para entrar no universo do funkeiro,
o gaúcho de Pelotas, visitou comunidades, foi a bailes e fez uma vasta pesquisa
sobre os MCs na internet. Sua forma física também foi uma preocupação à parte.
Ciente de que ficaria sem camisa a maior parte do tempo, o ator, de 35 anos,
intensificou a malhação. Mas, apesar dos elogios por seu corpo sarado, o rapaz
é modesto. “Que isso, gente! Isso é a
TV. Não acreditem”, brinca.
Como você define o Merlô?
Ele tem a cara do Rio, que é sol, música e diversão. Quer
ver todo mundo feliz e estar feliz. Faz de tudo para levar a vida de forma
leve. Eu o admiro. Vejo o Merlô como um olhar sensual e engraçado.
Como é a sua relação com o funk?
Não sou de comunidade e o funk não é uma música que toca no
meu carro ou na minha casa. Mas quando estou na rua, na noite, sempre acho
gostoso de dançar. Tenho o maior respeito pelo estilo e pelas comunidades,
porque eles são a identidade cultural do Rio de Janeiro e do Brasil. Estou
tentando retratar isso da maneira mais carinhosa e digna possível. Quero que a
galera do funk e das comunidades vejam no personagem um representante deles.
Qual foi o seu método para conhecer o universo?
Pesquisas em internet. Fui também a baile funk e visitei
comunidades. Fiz ainda aula de canto e dança. Mas muito vem da vida mesmo.
Quando eu morava em Brasília, com meus
13, 14 anos, o funk já tocava bastante por lá.
Você sempre foi até o chão?
Na adolescência, sim. Era uma coisa que estava dentro de mim
em algum lugar adormecido. Eu já dancei até o chão milhares de vezes na minha
vida, quando era mais novo. A gente vai ficando velho e fica besta, sério, mas
tudo está dentro da gente. Estou só resgatando e me dando a liberdade de fazer
isso.
E como é vestir um figurino tão diferente do seu
estilo?
É um presente na carreira de ator poder viver várias vidas
em uma só. É divertido fazer um cara completamente diferente de mim, o tempo
inteiro sem camisa com uma outra sensualidade. Ele é diferente da minha vida,
mas não é nada que me incomode. Pelo contrário, é muita graça. Estou me
divertindo demais.
Estar sem camisa o tempo inteiro te fez cuidar mais do
corpo?
Estou com o mesmo peso que tinha há dez anos, mas voltei a
malhar mais em academia, puxar ferro e me exercitar pesado. Eu ia de vez em
quando, no máximo duas vezes por semana e pegando leve. Gosto mesmo é de
esporte. Minha relação com ele nunca foi para ter um corpo assim ou assado.
Faço porque gosto. A melhor hora do meu dia é quando estou correndo, surfando,
nadando… Se não faço nada, à noite não tenho sono direito, muda o meu
apetite. Só estou mantendo um padrão de vida. Mais do que uma forma física,
quero estar saudável.
Mas está gostando desta sua versão mais “sarada”?
Que isso, gente. Isso
é a TV. Não acreditem! Esta impressão é porque raspei o peito e o braço por
causa das tatuagens do Merlô. Sem pelo a definição muscular aparece. Meu corpo
não mudou tanto.
Sofre muito com a depilação?
Já acostumei, mas nas
primeiras vezes incomodou. Agora já aprendi como fazer para não encravar. Está
tranquilo.
E sua mulher (a produtora Letícia Cazarré) curtiu o visual?
Curtiu no início, mas já está resmungando quando eu vou
voltar ao normal (risos).