‘Ludmila é feminista e batalha pelas mesmas coisas que a gente está lutando hoje!’
Aos 33 anos, Laila Zaid vem passando por um recomeço em sua vida. Longe das novelas desde Além do Horizonte (2013), ela retorna em Orgulho e Paixão como Ludmila, mulher muito à frente do seu tempo. Fora a felicidade por estar de volta, o que mais encanta a carioca na trama é que sua personagem têm muito em comum com ela. “Ela é feminista, é trabalhadora, é noiva, mas só quer casar se puder se divorciar, ou seja, é completamente moderna”, descreve. “Ludmila batalha muito pelas mesmas coisas que a gente está lutando hoje em dia, e que temos que ficar sempre renovando essa luta pra sedimentar os direitos conquistados para dar um passo à frente. Eu estou muito feliz por estar fazendo uma mulher assim, porque um dos meus grupos de estudo é o feminismo, é uma das minhas bandeiras”, afirma. “Feminismo pra mim é acreditar em direitos iguais. Então, sou feminista!”, enfatiza.
MÃE X MULHER
Nesse tempo fora das novelas, Laila atuou em diversas plataformas, foi morar em Portugal e teve Clara, sua primogênita. Agora, era a hora de voltar! “Eu estou feliz à beça, porque, graças a Deus, tenho conseguido, alternar novela, teatro e cinema. Quando terminei Além do Horizonte, fiz uma peça, um longa, uma série, morei fora, engravidei, vivi a maternidade e retorno, agora, que minha filha tem 1 aninho e 5 meses. É o momento certo”, conta.
Mas ninguém disse que seria fácil. A ruiva assume que tem sentido muito a falta da filha. “Estou morrendo de saudade. Mas houve uma preparação toda de achar uma pessoa legal pra me ajudar a cuidar dela. Emocionalmente me afastando, eu desmamei, o que pra mim foi duro, mas importante. E faz parte!”, acredita. “Acho que vai ser importante pra mim e pra ela. Pelo menos eu tenho que acreditar nisso para não sofrer tanto (risos)”, brinca. Além disso, ela conta com o apoio do marido, o músico Marco Kertzman. “Já que estamos numa novela de mulheres e minha personagem é feminista, então, a gente não usa mais o termo ‘ajudar’ para o pai. Marcos faz a parte dele superbem. Então, nesse um ano e cinco meses ele ficou na luta e eu ali, por trás, e, agora, eu vou batalhar e ele vai desempenhar o papel dele de ficar na parte doméstica”, explica.
Laila com seu maior tesouro: a filha Clara. Foto: Arquivo pessoal
AMADURECIMENTO
A carioca assume que é uma mãe coruja. “Não sou das piores (risos). Mas é muita paixão, eu não sabia que era tão apaixonante! É viver em estado de amor, é bom demais. E ela é ruivinha, é uma graça”, derrete-se a atriz, que acredita não ter amadurecido tanto desde o nascimento de Clara. “Tem essa ideia de que a maternidade te transforma, mas não é tão idealizado assim”, explica. “Sou a mesma Laila com muito mais responsabilidade, muito mais amor. Você cresce, aprende… Estou estudando muito pra não errar, e não repetir as falhas. Você se revisita no passado, quem foi minha mãe, como foi minha infância. Isso tudo é crescimento”, constata a ruiva que, por enquanto, não pensa em aumentar a prole: “Agora nem pensar! É muito trabalho, é uma loucura. Deixa eu sentir saudade disso. Porque não podia imaginar também a trabalheira que é ter um bebê.”
MARCOU GERAÇÕES
No ar também na reprise de Malhação (2004/2006), no Canal Viva, Laila conta que muita gente ainda lembra de Bel, sua personagem na história. “É impressionante! Tem um lado meu que fica orgulhoso, feliz, tem outro que fala: ‘gente, eu já fiz tanta coisa depois disso’ (risos)”, brinca. “Mas é bonitinho, eu marquei. E tenho tanto carinho pela Bel, foi a minha estreia, foi o que abriu as portas. Contanto que eu tenha espaço para fazer outros personagens, então, está ótimo, está lindo!”, conclui.